segunda-feira, 12 de agosto de 2024

EU GOSTARIA, MAS NÃO CONSIGO

...sensibilizar-me com as datas pontuais que nos levam as compras, desde velas e flores para levarmos aos túmulos de nossos entes queridos, como aos presentes de cada final de ano, afinal, não me comovem e eu só funciono emocionada.

Estes rituais reconheço que são cada vez mais necessários, afim de não se dissipar de vez o sentido de fraternidade, se bem que olhando com cuidado, nunca de verdade senti esta fraternidade ocorrer nestas datas, apenas, uma sequência social, promovida pelo comércio e consequente mídia, estimulando um consumo comportamental sem o necessário e legitimo conteúdo amoroso.


Penso que não preciso de um túmulo e de um dia específico para lembrar-me de um ente querido, cuja vida se extinguiu, já que a depender de quem, estará por todo o tempo tatuado em mim ou pelo menos em lembranças pontuais ou sequenciais de uma convivência. Portanto, lembrar deveria fazer parte de um cotidiano, assim como presentear deveria ser um ato absolutamente espontâneo, tipo, olho para algo e me lembro de alguém e sinto uma imensa vontade em agrada-lo.

Então, quietinha neste dia dos pais, não choro por não mais ter o meu, com suas gargalhadas e sua irreverência no trato com a vida, sugando-a até o sabugo, tal qual, eu que dele herdei esta fabulosa lição de vida e liberdade.”

E aí, como louca juramentada, lembro da música “Não chore por mim Argentina”, numa referência ao amor e cuidados que devemos oferecer, quando, as pessoas estão próximas, para não se derramar lágrimas pontuais, geralmente de culpas, pela consciência do pouco que por nós, foi oferecido.

Se você que me lê tem um pai, abrace-o física ou virtualmente, verifique se está necessitando de algo e lhe diga, hoje e sempre que puder, esteja perto ou longe, o quanto ele sempre foi fundamental em sua vida.

Simples assim...

Regina Carvalho- 11.8.2024- Itaparrica

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