Existem alguns momentos na nossa vida que inevitavelmente as
lembranças de momentos decepcionantes surgem sem pedir licença em nossas mentes
e hoje, voltando de Nazaré, enquanto o carro deslizava pela rodovia e o verde
as margens desfilavam diante de meus olhos, uma em especial surgiu viva, como
se tivesse acontecido ontem e, no entanto, lá se foram dois anos.
Lembrei-me em detalhes do ocorrido que na época, Roberto e
eu, pensamos até mesmo estarmos sonhando, afinal, era muita pequenez numa só
atitude, incapazes de mensurar o que leva uma pessoa a quem dedicamos tanto
carinho e respeito, ser capaz de agir com tamanha torpeza, covardia e
ignorância humana.
Pois é, inevitavelmente senti um misto de surpresa, muita
raiva e uma vontade imensa de vingança, afinal, munição era o que não faltava,
todavia, o bom senso e o equilíbrio de meu Roberto, levou-me a compreender que
a maldade não era nossa e que o mundo gira e os retornos também.
E aí, nesta manhã, percebi encantada comigo mesma que, nada
mais sentia ao lembrar e que tudo havia se transformado em uma apenas
lembrança, aonde a compreensão da infinita grosseria humana, foi mais forte que
o mal a nós dirigido.
Essa é a paz que o perdão nos oferece, não permitindo jamais
que a inadequação alheia, seja mais forte que a fortaleza da nossa capacidade
em aceitar a realidade de que, não é possível a nenhum mortal alterar o caráter
de outro.
Então, sorri para todo aquele verde que desfilava diante de
minhas pupilas, com a serenidade de quem conhece a paz e dela, não abre mão.
A quinta-feira está terminando com este solzinho ainda
presente, invadindo a sala e me fazendo sentir que a vida é sempre a nossa melhor
conquista e que nada e ninguém pode ter o poder de empanar.
Um beijinho doce para você que me Lê.
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