Corria o ano de 1974 e numa ocasião em que fui com Roberto visitar uma fazenda para comprarmos em Brasília, exatamente em Santo Antônio do Descoberto, tive o privilégio de conhecer a paz na sua mais autêntica expressão empírica.
O encontro foi absolutamente tão grandioso para mim que, ainda hoje, sou capaz de lembrar como se ontem tivesse ocorrido.
Como esquecer as lascas de carne secando no varão, algumas poucas galinhas ciscando em meio ao nosso caminhar e aquela, casinha de uma porta e uma janela voltada para um horizonte descampado que imediatamente senti como a mais pura expressão de liberdade numa postura de abraço a aquele lugar especial, onde nos foi servido o mais saboroso feijão com abóbora que já comi em minha vida.
Como não comprar aquelas terras energeticamente abastecidas de um alguém tão fabulosamente capaz de simplesmente “ser” numa gigantesca evolução pessoal.
Pois é, ontem, também em meio a um jantar na minha sempre apaixonante Misericórdia, de repente, voltei a sentir as mesmas emoções com cores e paisagens diferentes, mas com criaturas absolutamente semelhantes a aquele do passado, então, relaxei e pude com a plenitude da paz que também hoje reside em mim, deliciar-me na constatação de que o belo ainda existe nas almas de infinitas criaturas humanas que, mesmo em meio a falta de quase tudo são capazes de mais do que sobreviver, se fazerem encantar.
Enquanto o grupo conversava ao sabor de um siri refogado, lá estava a dona Regina surfando nas vibrações e mentes de cada uma delas, sorvendo a garra, a força e a dignidade que saltava por sobre o tempo e o espaço de um espetacular momento.
Como amanhecer sem registrar tal privilégio?
Obrigada senhor!
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