quarta-feira, 14 de outubro de 2020

COMPLEXO DE CINDERELA

 

Pois é... Logo eu fui classificada como portadora deste complexo, o que vem provar que algumas pessoas julgam as demais aleatoriamente sem qualquer maior conhecimento, tentando conciliar alhos com bugalhos nas redes sociais, somo se suas verdades fossem únicas e que tudo esteja devidamente embalado e guardado de acordo com suas experiências pessoais.

Não aprenderam ainda a diferenciação universal dos conceitos  e insistem na generalização dos fatos, numa defesa rígida de suas visões, atirando seus conhecimentos limitados e, não conseguindo interpretar e na maioria das vezes, aceitar uma visão contraditória a sua, buscando imediatamente um rótulo que possa de alguma forma, aprisionar o que acredita ser seu perseguidor.

Com certeza, não pedi, mas nasci numa linda família estruturada de Classe média dos anos 50 e pude conviver com uma linda mulher que era minha mãe e que jamais se mostrou triste por não trabalhar fora e apenas cuidar do marido e dos filhos, o que fez com distinção, sendo meu espelho de amor e dedicação à família, mesmo tendo a seu lado, irmãs e cunhadas que eram mulheres de sucesso profissional.

Como a maioria das jovens da época, fui criada e educada para ser uma distinta senhora e o fui por longos e maravilhosos 54 anos de imensa parceria com um homem fantástico que jamais me fechou portas para o desenvolvimento pessoal.

Aos 21 anos, já casada há cinco, fui trabalhar em meio a quase 300 homens, numa rede de comunicação e lá, aprendi a respeitar as diferenças imensas entre nós e a valorizar suas capacidades individuais e foi de onde comecei a sorvei tudo que me ajudou a superar medos e dificuldades que acontecia com toda jovem bonita em meio a um determinismo machista e acredite, consegui tornar-me amiga de todos.

Ao contrário da História de Cinderela, trabalhei muito, antes e depois de encontrar meu príncipe, pois, jamais vi nele um provedor que não fosse de minha felicidade em tê-lo e foi com ele que desenvolvi o gosto de saber saborear as delícias dos beijos, dos carinhos, da amizade, do respeito e do gozo intenso de me sentir uma mulher completa, mesmo quando, enfrentávamos dificuldades imensas.

Fui uma privilegiada, pois tive um pai, um marido e muitos amigos que me ensinaram a gostar dos homens e com eles e com os muitos que se aproximam de mim, ainda aprendo a cada dia a desenvolver relações de respeito e profunda parceria.

Claro que não sou imbecil em achar que minha experiência é globalizada, mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, afinal, lutar por direitos, banir os preconceitos de qualquer natureza, valorizar a pessoa da mulher, também não significa demonizar o macho que cá para nós é sempre a mais saborosa refeição que já provei e me deliciei.

Não tenho vergonha de gostar dos homens e de me sentir por todo o tempo respeitada por eles.

Agora, se isso me enquadra na “caixinha” do complexo de cinderela, que o seja, pois para mim e para um punhado de outras mulheres, HOMEM é bom demais...

 

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