segunda-feira, 26 de outubro de 2020

MOMENTOS ÚNICOS

 Juntos, cada qual com sua própria taça, dividindo o néctar de saborosos vinhos, fomos descobrindo a forma mais fácil da libertação no apenas agora, sem sequer mensurar como seria o depois, pois o foco a se despir era justo, o ontem, cujas roupagens pesadas a cada taça, foram sendo despidas e jogadas entre os espaço da sanidade e da loucura, uma a uma, sem qualquer remorso.

E nos delírios crescentes entre o vinho e as lembranças, emoções novas se sucederam, formatando risos, deixando rolar infinitas lágrimas sem disfarces e pudor, numa festa íntima sem qualquer outro convidado, além de mim, de ti e de intermináveis fatos.

Momento que se há de recordar, instantes de reconciliação entre nós e o tudo mais, sem o apenas eu, martirizado e amordaçado por um sistema impiedoso e então, empunhando a taça do poderoso vinho, finalmente alcançamos a hora da vingança, sentindo-nos nus correndo na planície da louca liberdade, livres das causas que nos dilacerava.

Selamos o encontro com um beijo ardente, colando os rostos e os corpos com os suores do esforço de uma nova consciência em relação as dores que reconhecemos que sabíamos ter, com a certeza de que não a reteremos mais, deixando-as passar ao largo de nossas próximas caminhadas.

Bendito porre de vida e liberdade.

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