segunda-feira, 12 de outubro de 2020

DIÁRIO DE CAMPANHA...

 

Assim como se fosse de repente em determinado momento, somos ou nos deixamos fisgar pela isca irresistível das campanhas políticas por diversas induções pessoais de convencimento, mesmo que a lógica do bom senso sussurre dizendo não, por todo o tempo, nos recôncavos de nossas mentes.
Não importa se somos pobres, ricos, brancos, negros, letrados ou não, pois, neste período eleitoral que ocorre a cada quatro anos, vestimos a roupagem colorida da liberdade e nos unimos a outros num mesmo propósito de nos sentir tendo voz e espaço, deixando de ser nem que por curto período, tão somente, mais um número nas pesquisas do IBGE.
De repente, enquanto estamos afoitos usufruindo do magnetismo de estarmos sendo enxergados, sentidos e porque não, admirados, nos deparamos vez por outra com a dura realidade de que, entre um espaço e outro, a força do poder e do dinheiro, lá se encontra com seu chicote em riste, comandando impiedosamente as manobras.
“Senhor Deus dos desgraçados, dizei-me vós, se é loucura... Se é verdade, tanto horror perante os céus”?!(Castro Alves)
E como loucos desvairados, abrimos as portas da falsa liberdade, deixando fluir as dores do eterno cárcere do qual, jamais fomos capazes de verdadeiramente fugir.

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