Assim como se fosse de repente em determinado momento, somos ou nos deixamos fisgar pela isca irresistível das campanhas políticas por diversas induções pessoais de convencimento, mesmo que a lógica do bom senso sussurre dizendo não, por todo o tempo, nos recôncavos de nossas mentes.
Não importa se somos pobres, ricos, brancos, negros, letrados ou não, pois, neste período eleitoral que ocorre a cada quatro anos, vestimos a roupagem colorida da liberdade e nos unimos a outros num mesmo propósito de nos sentir tendo voz e espaço, deixando de ser nem que por curto período, tão somente, mais um número nas pesquisas do IBGE.
De repente, enquanto estamos afoitos usufruindo do magnetismo de estarmos sendo enxergados, sentidos e porque não, admirados, nos deparamos vez por outra com a dura realidade de que, entre um espaço e outro, a força do poder e do dinheiro, lá se encontra com seu chicote em riste, comandando impiedosamente as manobras.
“Senhor Deus dos desgraçados, dizei-me vós, se é loucura... Se é verdade, tanto horror perante os céus”?!(Castro Alves)
E como loucos desvairados, abrimos as portas da falsa liberdade, deixando fluir as dores do eterno cárcere do qual, jamais fomos capazes de verdadeiramente fugir.
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