segunda-feira, 19 de outubro de 2020

ATAVISMO E VITIMIZAÇÃO.


Uma pessoa Atávica se refere ao atavismo, ao reaparecimento em alguém das características de um antepassado que permaneceram escondidas por muito tempo. No sentido figurado se alastra de uma pessoa para outra em forma de hábitos e costumes físicos ou emocionais ou ambos.

Uma região que permaneceu por gerações isolada dos desenvolvimentos sistêmicos tende a desenvolver seus costumes e neles permanecer numa sobrevivência aos olhos externos inconcebíveis.

O grande problema é justo quando algum membro sai deste reduto por algum tempo e ao retornar, trazendo consigo novas visões evolutivas, se aproveita do atavismo existente para tirar proveito pessoal.

Nos tempos passados, penso que essas pessoas eram chamadas de CORONÉIS para disfarçar a realidade brutal de apenas serem exploradores do desconhecimento dos demais, quanto aos seus direitos e deveres em uma civilização egoísta e perversa.

Combater este mioma social tem sido um enorme desafio para os grupos políticos/sociais/ humanos que ao longo da história vem arduamente lutando para combater esse entrave que impede que regiões se tornem evolutivamente adequadas ao progresso real e palpável, sem que percam suas tradições básica culturais que lhes caracterizam.

O mais curioso é quando estas regiões se encontram próximas das cidades referências no País em desenvolvimento sistêmico, o que é o caso de Itaparica e que se encontram atavicamente dentro do cenário das cidades mais atrasadas do estado da Bahia, quando a menos de poucos quilômetros tem como parâmetros uma cidade como Salvador que conseguiu ultrapassar as barreiras ativistas e se projetar no cenário nacional e internacional, divulgando a sua cultura gastronômica, artística e geográfica, assim como adentrando no recôncavo, outras cidade se destacam como Nazaré das Farinhas Santo Antônio de Jesus, Feira de Santana, sem que possuam as características atrativas básicas de beleza e tradições culturais juntas num mesmo pacote.

Por aqui, os CORONÉIS se transvestiram nas figuras dos ricos e tradicionais veranistas que privilegiavam seus lazeres, tendo toda uma população a seus serviços subalternos, numa aparente normalidade que, inclusive é lembrada saudosamente por muitos nativos que jamais conseguiram mensurar os danosos ganhos atávicos que lhes foram impostos com a aparência de oportunidades de ganhos monetários.

Com a debandada de grande parte destes usuários temporários, a vitimização se fez presente, deixando os  nativos perdidos entre o que eram originalmente e o que percebem que existe, mas que não conseguem também em sua maioria atravessar a linha divisória e invisível das profundas dificuldades, precisando de décadas a fio para que alguns tivessem acesso consciente a novas visões progressistas e humanas.

Se não bastassem tantos entraves, ainda veio a tona o oportunismo de alguns que exploram até os dias atuais o forte  separatismo social sem no entanto, verdadeiramente e de forma eficaz, promover a interação do homem nativo com os recursos disponíveis aos seu crescimento social e humano, deixando esta real possibilidade aos programas públicos Federais e Estaduais que por si só, precisam de maciça participação dos agentes públicos municipais que tem se mostrado por todo o tempo pífios, por não serem de real prioridade para os mesmos.

Portanto a vitimização é a tônica que se apresenta através de lamentos, assim como em retóricas históricas, tipo. “A TERRA DO JÁ TEVE”

Quando na realidade este “já teve” era tão somente consequência do interesse monetário que havia se estabelecido para atendimento aos Coronéis e suas famílias sem qualquer cunho real de pertencimento e estabelecimento de um legítimo desenvolvimento.

O atavismo forçado e imposto pela indiferença humana se transfigurou em pura árdua sobrevivência de muitos, assim como nas poucas brechas abertas através das políticas partidárias que fabricam a cada eleição, novos pequenos coronéis , que com armas de pequeno porte, mas ainda assim mortais, mantém estabelecidas as “indiferenças”, as “ganâncias” e a “sede de poder”.

O texto é grande, mas deveria ser ainda maior, pois é impossível abordar-se um tema tão profundo com um ou dois, apenas parágrafos.

 

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