Caminhando lentamente com o cuidado esmerado de um pisar bem
leve como se estivesse singrando num mar de águas mansas, mas por dentro, meu
Deus, quanta agitação...
Disfarço num esforço supremo de que a minha ansiedade não
irrompa este corpo forte e transcenda além de mim, num absurdo e barulhento
estrondo de sede de ainda viver.
Assusto-me vez por outra com os arrepios inadequados ao
tempo e ao espaço, mas confesso que gosto de sentir a vida se agitando em mim,
num desavergonhado estado de êxtase, pulsando intensamente, pedindo bis de um refrão bem executado, mas já harmoniosamente guardado, sem mais qualquer voz para cantá-lo, além da voz de
minha própria alma.
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