segunda-feira, 14 de abril de 2025

BOM SENSO, onde andas que não te encontro?

Em que lugar deste meu país, posso te encontrar, se nos lares, nas ruas, nas leis e na política, és ave tão rara, que penso, ora desesperada, que já não mais existes...

Se vivo fosse, o baiano Castro Alves reescreveria uma nova versão do Navio Negreiro e de vozes D’África, descrevendo o degredo da moral e da ética, deste atual tempo, como causa perdida para uma nova e não menos dolorosa escravidão.

Choraria pelas mães e por seus filhos, que sem honra tombam nas calçadas de qualquer cidade, como vítimas ou algozes desta macabra visão de poder, pela falência do valor da vida que se confundi e se perde entre o crack e a cocaína, entre a loucura e a alienação.


Descreveria como mais ninguém o faria, o caos de uma justiça fraca e tendenciosa, lamentaria pelas polícias esfarrapadas e descredenciadas e por um tudo mais invertido, que faz valer como pêndulo de um suposto equilíbrio social, a corrosiva malandragem e o despotismo.

Verdes florestas são só lembranças de minha tropical terra, onde hoje, só é possível enxergar a devastação das queimadas, onde as fumaças do lucro fácil, faz tombar inocentes árvores, ressecando rios, rachando solos, destruindo vidas.

Onde dantes era verde, hoje, só se enxerga o vermelho do sangue de quem trabalha para nutrir a fome de quem explora.

Bom senso, onde estás que não te encontro?

Onde estás senhor Deus, que a tudo assistes e nada fazes?

Até eu, que te clamo, rogando a tua bendita interferência, confesso que ainda não cruzei meus braços rendida, justo, porque preciso te escrever, rogando teu sublime socorro, por ainda crer que existes...

Regina Carvalho-14.4. 2025 Itaparica

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