Estou ouvindo neste amanhecer uma seleção de especiais Clássicos, como Chopin, Beethoven, Debussy ao piano, numa necessidade imensa de acalmar minha mente que despertou atordoada com a mais bruta das constatações, afinal, ela vem acompanhado as mudanças evolutivas da civilização humana no decorrer do tempo, nem sempre coerentes quanto a expressão, todavia, jamais testemunhei mudanças tão volumosas em quantidade e variedade, como se de uns tempos para cá, uma espécie de frenesi humano, estivesse de uma só vez, abrindo todas as comportas dos sistemas mundo afora, sem qualquer preparação ou previsão, quanto, as avaliações dos prós e dos contras que causariam não só em cada criatura humana ou não, como ao planeta como um todo.
Sinto que toda esta visão desastrosa, chegou a mim de uma só vez, como num jogo de quebra-cabeças que de repente se forma, ostentando uma imagem confusa, repleta de simbolismos de cores diversas, sem os necessários tons de nuances integrativas, como se cada uma, estivesse disputando com as demais o protagonismo, transformando a imagem, pelo menos para mim, numa visão difusa e dantesca.
A sensação é a de que de repente, tudo e todos, resolveram tirar os seus seculares grilhões e em meio as precipitações, ninguém e o nada mais se entende, não havendo real e necessária dose de harmonia e equilíbrio, portanto, como minha mente, não se assustaria?
Já não reconheço o certo e o errado, além de minhas próprias avaliações que em sua maioria, já não combinam com as exigências impostas, excedendo o meu senso de lógica, já que os hábitos e costumes há muito, fui deixando pelo caminho numa ingênua e inexperiente tentativa de adaptação que foi murchando entre um fracasso e outro.
Mas como tornar exitosas as minhas passadas vivenciais, se minhas referências a cada dia foram se tornam obsoletas e meus ideais mofaram nos porões de minha mente, sem ter quem os considerasse?
Percebo que há muito, fui me abrigando, fazendo dos pássaros e borboletas, parcerias seguras para não enlouquecer e desistir como tantos outros, traindo a si e ao tudo mais...
Sim, desespero-me, afinal, quase nada que enxergo é mais o que penso que é...
Inevitável não questionar o que ainda estou fazendo por aqui, se as belezas e as mazelas se confundem ...
Regina Carvalho- 23.4.2025 Itaparica
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