Estou aqui pensando que a cada dia estou ficando menos interessante, já que passo a passo, venho mudando os rumos dos meus interesses políticos, o que sinto frustrar as expectativas de alguns que conservam o entusiasmo em relação as políticas nacionais e internacionais e como até então, também sobre elas me entusiasmava trocar ideias e visões.
O que fazer se perdi o tesão, esperança ou sei lá, o quê?
Ouço que preciso me manter informada e eu pergunto; porquê, pra quê, além de em rodas sociais mostrar-me antenada, repetindo como papagaio as impressões de analistas que retratam com fidelidade o que em nada de positivo agregará a minha mente de humanista e muito menos, a minha alma de poeta.
Corrupções, roubos, negociatas, traições, mentiras e todos os abusos capazes de serem arquitetados e aplicados, nos universos de cada um de nós.
E aí, penso o que irá alterar eu ser mais uma pessoa a mostrar, discutindo e analisando os efeitos de toda essa desgraceira?
Com certeza, tenho opções melhores para preencher meus instantes de vida. Vez por outra, movida pelo apaixonante hábito da participação comunitária, deixo escoar os meus lamentos, sem no entanto, precisar contaminar-me, como dantes o fiz, afinal, hoje, maduramente consciente já não tenho a intenção em doutorar-me em qualquer assunto, onde nada poderei acrescentar, nem mesmo, numa tese final de estímulo a outros que como eu , desejam um mundo, um país, uma cidade mais justa para todos.
Reconheço que os sonhos idealistas em ritmo acelerado, estão, cada vez mais expostos nos balcões das oportunidades, aguardando tão somente, uma oferta que os aliciem, onde os caráteres são trocando por trocados a mais, sem a menor parcimônia.
Portanto, peço desculpas aos meus amigos intelectuais, frustrados por eu não me inserir nas discussões sobre este repetitivo sistema carcomido, afinal, não posso e não devo trocar as lembranças de uma vida abusivamente bem vivida, assim, como os meus costumeiros voos de carona nas borboletas e pássaros, para discutir sobre o sexo dos anjos pilantras, loucos ensandecidos que dão ibope às mídias e fama aos prolíferos analistas das redes sociais.
Meus ouvidos já não são penicos e meus olhos, há muito, já não são, latas de lixo.
Regina Carvalho- 24.4.2025 Itaparica
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