JESUS e a semana santa, mudaram tanto, que sozinha com os meus botões, penso que se ainda existe no calendário sistêmico, é tão somente, pela força do hábito mundial em manter viva a tradição.
Todavia, é notória a sua descaracterização e seu afastamento, principalmente das crianças, período de maior absorção humana, onde este período anual, passou a representar, mais um feriado, nem sempre prolongado, como ocorre neste ano de 2025, onde as viagens e a ociosidade, assumem o protagonismo.
Jesus então, coitado... Mais esculhambado como já o foi há poucos anos nas “paradas” deste Brasil afora, não deveria ter caído no esquecimento induzido pela grande mídia, aliciada por um sistema político corrupto, afinal, pisar e cuspir na fé alheia, é antes de tudo, uma ação de destruição do respeito de si e do tudo mais, que precisa existir para conter a poção selvagem, contida na essência humana.
E aí, como esperar qualquer real respeito, seja lá pelo que for?
O que nos sobra é um código penal, tão manipulável, quanto a Constituição.
Simples assim... O que é lamentável!
Penso nesta “sexta-feira santa” que, não adianta reclamar da excessiva violência de todas as ordens, das músicas chulas nas rádios, TVS e redes sociais, nos paredões alucinantes e nas festas promovidas pelas Prefeituras a peso de ouro e muito menos, das tragédias previsíveis e possíveis de serem evitadas, dos políticos corruptos que roubam a dignidade de cada cidadão e não estou mencionando, apenas em relação aos mais carentes da presença do poder público para proteger os seus direitos, mais do rico e abastado que há muito perdeu o direito em sê-lo livremente, como se ter algo, tivesse a conotação de afronta e cobiça alheia, do filho do vizinho ou nosso, que jaz estirado nas calçadas das grandes ou minúsculas cidades, como a nossa linda e paradisíaca Itaparica, se os alimentos estão a cada mês mais escassos em nossas dispensas, afinal, se, aceitamos este destino cruel e crescente na dor e no flagelo cotidiano, argumentando no íntimo, que nada podemos fazer.
Como não podemos?
Quando publico textos como este, perco feio em curtidas e compartilhamentos para qualquer besteirol que venha antes ou depois, transformando minhas dolorosas constatações em perigo eminente para quem colar sua imagem.
Sinto estampando, não o bom senso, mas o medo e o que mais frequente, a esperteza em não colar a própria imagem nas cruéis realidades que pontuo, afinal, pensa o gajo(a), quem sabe, ganharei algo, mais adiante, com a minha omissão.
Portanto, conscientemente, criamos a pão de ló, os monstros que nos tiram o melhor desta experiência de vida, que é a liberdade...
Sem ela, não há Jesus capaz de conter a enxurrada de mazelas das quais, nos acostumamos em nossos cotidianos, onde o Diabo, já não precisa de disfarces para atuar, começando dentro dos lares, onde o inferno das desavenças, indiferenças e falta do genuíno amor, deixa o mesmo, fincar seu tridente da desarmonia.
Regina Carvalho- 18.4.2025 Itaparica
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