terça-feira, 15 de abril de 2025

BATIDAS NA PORTA

É, o tempo... 

Ele incansável lá vai passando e por aqui, em meio a este misto de belezas e caos, ainda estou e o que é mais sério, pensando, analisando, ponderando, mas acima de tudo, amando o fato mais importante e único de ser uma felizarda por estar tendo a possibilidade de ainda existir como vida pulsante em meio ao inegável esplendor da vida.

Oh! Glória...

E aí, como não pode ser diferente, já que sou uma “figura”, cuja visão interpretativa deixo para cada um que me analisa, sigo caminho entre tropeços e saltos, voos e escaladas, não deixando em hipótese nenhuma que as feridas da longa vivência, deixe matar em mim, o brilho da constatação de que viver é sempre um tesão, merecedor da atenção e consideração, jamais permitindo que os ardumes das cicatrizes mal curadas, sejam capazes de me fazer transmitir os chorumes dos cotidianos, sem oferecer a ele, um outro lado para ser devidamente avaliado, já que há muito compreendi que todos os fatos de qualquer questão, tem no mínimo, duas faces relevantes, cada qual, com suas  justificativas, que afinal, merecem ser observadas, afim de que se possa de forma equilibrada, formar  um senso crítico de qualquer situação que se apresente na convivência humana.


Na teoria a premissa é ótima, mas não na pratica, onde a corrida pela sobrevivência acelerada a cada década e dos milênios que se seguiram, foi imprimindo na criatura humana, características que se repetem até os dias atuais, seja no tocante mental, psíquico, emocional ou em todas ao mesmo tempo, criando assim, hábitos e costumes que se repetem num atavismo que se bem observado, explica as contínuas repetições de ganhos e perdas sociais e consequentemente humanas, independentemente de onde a convivência se estabeleça.

E aí, pensando sobre isso, lembro do filósofo inglês, John Locke (1632-1704) que desenvolveu teorias sobre o conhecimento, a política e o direito. Fundou o empirismo, teoria que defende que o conhecimento vem da experiência, contrariando as teorias de Platão. 

De acordo com Locke o Empirismo busca compreender as coisas de uma forma metodológica, sistemática e crítica. Esse pensamento se assemelha ao do pensador Nicolau Maquiavel quando o mesmo se refere a (Verdade Efetiva das Coisas), que trata de analisar as coisas como elas realmente são.

Penso então, que o ser humano em qualquer era, sente na pratica, que os interesses dos grupos dominantes, garantem pra si o poder absoluto sobre tudo que é inerente a massa humana.

E como este objeto de desejo dominante se apresenta através de pelo menos duas faces distintas, a massa se sente oprimida e se aliena, seguindo como baratas tontas o que lhes parece, mais acessível a sobrevivência, não pensando, não analisando e, portanto, não formatando sozinho ou em grupo, o bendito senso crítico, caminho único para se atingir a tão necessária liberdade de escolha.

“A grama mesmo verde, é mostrada tantas vezes tingida de azul, que as pessoas começam a acreditar e até, enxerga-la mentalmente como azul”.

Regina Carvalho- 15.4.2025 Itaparica

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