Algumas leves tonturas que desconsiderei, mas cá estão, minhas energias vibrantes depois de mais de duas horas de insistência respeitosa, batendo nas portas de minha alma para poderem adentrar e seguirem atuando evolutivamente em mim.
Particularmente o dia de hoje, foi estranho, parecendo-me estar fora do ar a maior parte do tempo, deixando meus olhos vagarem sem de verdade, fixarem-se em absolutamente nada, assim, como minha mente induzindo-me a um sono contínuo, mas entrecortado, sem que tivesse havido, uma sequência saudável e regeneradora.
Estou esquisita desde a prisão de Fernando Collor de Melo e a insistência dos amigos próximos em tecer considerações a respeito, mas, só neste instante, consigo entender porque ao invés de estar satisfeita, sentindo o gostinho da finalmente vingança, nada sinto como já escrevi anteriormente, afinal, enquanto, eu e minha família e uma infinidades de famílias, ainda pisando leve, após, dois planos anteriores que haviam enfraquecido a todos os empreendedores brasileiros, levamos o golpe final, sendo punidos de mil formas pelos desvarios cometidos por este senhor e sua equipe, assim como também, fomos vendo nos últimos 33 anos, o meliante de luxo e os seus, mesmo sentindo os impactos de um impeachment presidencial, continuarem em berços esplêndidos, gozando de mil mordomias e até mesmo, voltando ao poder e ainda, como incorrigíveis marginais, desfalcando outros, através dos cofres públicos.
Não tive tempo para odiá-los na época e não consigo odiá-los agora, afinal, antes não tinha tempo para lamber feridas e agora, porque, já nada sinto, talvez, sinta o que sinto em relação ao passado como um todo, afinal, passou e, como escrevi em um texto do livro Complexo de Dor Social, já aqui na minha restauradora Itaparica, “todo estupro precisa não ter continuidade na mente”, justo, para não fazer da dor de um episódio pontual, um parceiro continuado que aniquila e mata, toda e qualquer força e beleza que possa vir a existir em nossas vidas...
Se nada posso mudar, porquê, deixar ficar?
Bendito amparo espiritual, sem o qual, não teria lucidamente sobrevivido.
Regina Carvalho- 27.04.2025 Itaparica
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