Apresso o passo entre o portão e a varanda, sentindo nos ombros e braços os respingos grossos da chuva que trouxe consigo um bendito refresco dos dias quentes e secos.
Finalmente, sentada diante do computador, desligo a música para ouvir sem interferências o barulho da chuva, lavando forte o telhado e o piso, descendo como uma pequena cascata a rampa da garagem, enquanto, se deixa sugar pela terra ressequida por sob o gramado, assim como vigorosamente lava as folhas e flores, deixando a cada segundo, mais renovado o jardim.
Sinto leves arrepios provocados pelo vento que adentra através da janela e me alcança como se também a pedido da chuva, viesse se não me molhar, pelo menos refrescar-me do interminável desalento que insiste em me roubar o prazer de sonhar, sussurrando-me ao pé do ouvido que; “sonhos são poços bem fundos que a dor, não consegue alcançar.”
Regina Carvalho- 23.4.2025 Itaparica
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