domingo, 29 de dezembro de 2024

ARTISTAS UNIVERSAIS

Apesar de conscientemente compreender que as comemorações pela passagem de um ano para o outro, é tão somente, mais um hábito humano, estimulado pela necessidade íntima da busca da renovação, fazendo de um certo dia 31/12 de qualquer ano para o dia 1/01 de um novo ano, um ponto de partida para o reabastecimento da bendita emoção da esperança, força motriz de que as mentes tanto necessitam para que os ânimos se renovem, já que muitas vezes, se encontram minados, nem que seja, pelo apenas, cansaço das labutas diárias.

Pensamos; tudo será diferente, mas, geralmente, não o é, até porque, passados os impactos das comemorações, voltamos a pensar e agir exatamente como antes.


Todavia, tenho observado ao longo de tantos anos novos vividos, que cada passagem de ano mais a humanidade precisa de estímulos externos para que possa deixar fluir esta esperança, absolutamente necessária para que, não tenha que jogar a toalha da desesperança por causa da exaustão que a domina. 

São tantas mazelas, tantos desencantos, tantos medos, tantas inseguranças e ao mesmo tantas opções, garantindo cada uma delas, as benditas benécias por nós desejada que até, cremos não perceber a tamanha falta de respeito, solidariedade, empatia e amor na qual, estamos inseridos.

Porém, por mais que recusemos admitir, é impossível, não nos darmos conta do quanto, essas carências essenciais se apresentam mazelando nossos corpos, mentes e psiques, abrindo enormes vazios em nossas vidas, por mais que tenhamos seja lá, o que for.

Somos induzidos a mil formas para que, venhamos a encontrar a tão buscada felicidade que, afinal, não existe, já que ela não pode ser encontrada ou comprada e tão pouco, este ou aquele “santo” milagrosamente irá oferecer, simplesmente, porque precisa ser criada, através da capacidade individual em se remodelar, esculpindo ou pincelando com as cores e os traços da sua própria visão da vida.

Não existe forma ou fôrma definitiva, já que a relatividade acompanha a individualidade, ficando a palheta e os pinceis ou o Cinzel, sob a batuta de cada um de nós, artistas universais.

•Cinzel é uma ferramenta manual utilizada para cortar ou esculpir materiais duros, como pedra, metal ou madeira.

Regina Carvalho- 29.12.2024 Itaparica

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