E como uma ovelha desgarrada, sigo meu caminho solitária, redescobrindo mundos até então, soterrados.
E dentre as novidades que vislumbro, vou percebendo que jamais estive sozinha, apenas, não segui rebanhos, optando pelo plantio e colheita dos especiais, saboreando sem pudores os raros frutos que fui enxergando neste meu caminhar de vida e liberdade.
Tudo é tão absurdamente simples, tudo é tão absolutamente fantástico que até, posso compreender a imensa incapacidade em ser assimilado através do que falo e escrevo, afinal, viver o simples, exige não ter medo do frio e do calor, das chuva e das tempestades e muito menos de caminhar o seco deserto das indiferenças, já que estar-se por todo o tempo desnudo, precisando sem tréguas, exercitar a resiliência com a tenacidade e dedicação na busca do fascinante, reconheço não ser uma tarefa fácil, afinal, exige abraçar o tangível e fazer dele o seu mais rico imaginário.
De repente?
Nada é de repente...
Tudo pode ser previsto, principalmente em meio ao sempre igual.
Diferente, só mesmo as ciências e as tecnologias que se nos surpreendem, também assustam, levando-nos ao medo inconsciente de estarmos sendo engolidos por suas malhas não menos fascinantes de formulas e algoritmos, mas sem almas que as representem, levando-nos a questionar não ser esta, também uma árdua tarefa?
Afinal, como conviver com a falta de alma?
Copiá-las tem sido a mais rápida solução.
Será esta, a fundamentação para toda a violência de todos os níveis, possível de ser enxergada e vivenciada?
Será que estamos dando a Cesar, o que devidamente, é de Cesar?
Ou, tão somente, nos sabotamos, afim de nos apresentarmos integrados, enquanto, nossas almas se esfarelam?
“Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta” (Tiago 2,26).
Regina Carvalho- 17.12.2024 Itaparica
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