Desde muito cedo, fui entendendo que cada pessoa, oferece aos demais, unicamente o que possui, inclusive, nada.
Diante deste fundamental aprendizado baseado na constatação da realidade, foi mais fácil para mim, já que logo de primeira, não fazia e ainda não faço ilações sobre os retornos a receber, focando minha atenção única e exclusivamente, no meu quinhão pessoal, mantendo-o fiel as minhas intenções.
Um exemplo prático para maior entendimento é o de não corromper minhas reações, frente as ações alheias, o que jamais significou, sufocar minhas ideias ou ideais e tão pouco, adaptar minhas impressões sobre os comportamentos que fui encontrando ao longo do caminho.
Portanto, se escrever, sempre foi a minha meta de interação com a vida e o tudo mais, também sempre fui sabedora dos riscos do possível “apartheid”, já que através deles, repassaria sem máscaras o conteúdo existente em mim e no tudo que me fosse possível enxergar e sentir, já que o contrário, simplesmente, eu não conseguiria.
Nunca fui uma sequer razoável contadora de histórias fictícias, séria frustração, pois, o que rede dinheiro e fama, são justos, os contos, romances e ficções.
Fazer o quê, se me falta talento?
Esta sempre foi a razão em aperfeiçoar- me nos relatos das crônicas e no quesito aceitação, jamais objetivando direcionar-me à espera de qualquer maior retorno e integração, pois, sempre reconheci a dificuldade da maioria dos demais em lerem, ouvirem e muito menos conviverem com fatos, emoções e sentimentos que negam existirem em si mesmas.
Perdoem-me por ser tão crua, tão direta e tão apaixonada por esta mente humana dual e extremamente complexa, capaz de oferecer um céu de brigadeiro, através da sua criatividade, talento e amorosidade, assim como, aniquilar tudo, quando toca com suas mãos ou simplesmente com as vibrações de suas intenções.
Perdoem-me por não os deixar esquecer que o feio, o medroso, o covarde, o triste, o melancólico e o desprezível e um tanto mais existem, inclusive, dentro de nós, os bonzinhos e os perfeitinhos que insistimos em ostentar.
Eu os amo e os compreendo a todos, porque na realidade, fora do palco e dos possíveis aplausos, somos todos parecidos em vários aspectos e em alguns, mesmo negando, somos absolutamente compatíveis.
Regina Carvalho- 20.12.2024 Itaparica
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