Faz algum tempo que decidi me afastar das causas políticas, não porque desisti ou não tenha competência e forças, mas porque, não vejo sentido em lutar, envolvendo o melhor de mim em polêmicas abusivas.
Enquanto, a minha participação era espontânea e agregativa ao bem comum, aplaudindo ou não, as ações públicas, sentia-me útil e não coloquei limites, mas, quando minha voz e minhas escritas passaram a ser os punhais que me feriam, sem critérios que os validasse, não me acovardei, mas, passei a usar o bom senso avaliativo em não malhar em ferro frio.
Observei que as pessoas falam e fazem, hoje em dia, tudo que querem, defendem ardorosamente, direitos, mas, não oferecendo estes direitos aos seus contrários e isto, é simplesmente sem noção de qualquer natureza.
Neste domingo de reflexões, confirmo cognitivamente que não nasci para copiar vaquinhas dos presépios natalinos e tão pouco, para babar os ovos de qualquer poder dominante, por uns tocados a mais ou românticas ideologias de qualquer natureza, mas, ainda assim, amando e torcendo pelo meu país e minha cidade, desejosa que mesmo os meus contrários, sejam capazes de produzirem em meio as suas confusas e distorcidas administrações, o melhor para o povo, e aí, reafirmo que optei em me afastar de qualquer movimento político, até porque, há quem diga que “perde um amigo, mas não perde uma piada”, o que particularmente, acho lamentável, pois, minha premissa é que perco qualquer coisa, mas preservo o respeito que devo ter à mim e seja lá, a quem for, mesmo que me seja contrário.
Os tempos mudaram e me vejo, compelida a também ir mudando para não sucumbir neste inferno de Dante que chamam de política, onde sequer o humor é permitido, mas, qualquer bandido é considerado gente fina e importante, merecedora da complacência do silêncio cumplice dos que se creem justos, amparados por uma justiça que deixou de ser cega para ser tendenciosa e por leis, só válidas e aplicáveis aos contrários...
Regina Carvalho- 1.12.2024 Itaparica
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