quinta-feira, 11 de março de 2021

UM NOVO ESPETÁCULO

A cada instante, um novo espetáculo, tal qual me habituei desde muito pequenininha, nem precisando ir para a casa de campo nos finais de semana ou férias, pois, lá mesmo no terraço da Barão da Torre, deitada no piso, olhando para o céu e de braços abertos, como se quisesse continuamente abraça-lo, lá estava eu, a contragosto de minha mãe que afirmava que não deveria fixar o sol, pois me cegaria.



Cegou, coisa nenhuma, assim como jamais manchou minha pele que de tão curtida, pouco se esfolou nas muitas quedas que levei durante a vida.
Adorava depois de fixamente olhar para o sol, fechar os olhos e tentar contar as estrelinhas que minha mente era capaz de enxergar por debaixo das pupilas. E elas piscavam lindamente como se me chamassem para um quero mais.
Ah! Terraço da construção das muitas ilusões, afinal de lá, eu podia enxergar tanto o mar como a Lagoa e, então, não é para menos que adoro as águas de qualquer natureza, até mesmo do chuveirão, onde toda pelada eu navegava no infinito de mim mesma.
Hábito saudável que vivencio até hoje, mesmo não tendo as alturas de onde possa ver o mar e a lagoa, mas tendo o céu aberto de estrelas a me ensaboar, para depois, cobrir-me de luz.
Sempre um novo espetáculo, no qual me delicio.

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