segunda-feira, 15 de março de 2021

CONFESSO

 CONFESSO que tem sido difícil atravessar os meus dias sem o meu sabiá e minhas borboletas.

Fico conjecturando sobre suas ausências e não cheguei ainda a uma conclusão, afinal, sempre juntinhos e de repente, sem aviso prévio, ambos desaparecem sem deixar vestígios.


Quem sabe se aborreceram porque fui a Salvador e por lá fiquei por três dias e não os convidei?
Ou será porque as mangas, as amoras e as acerolas chegaram ao fim? Mas e nos anos anteriores? Não, acho que não... Eles não me deixariam por causa disso...
Quem sabe o fato de minha filha estar aqui e minha atenção ter sido voltada mais para ela? Terá sido por ciúmes?
Sinto receio deste bendito ciclo também ter se fechado em minha vida. Mais um? Não, não pelo amor de Deus, eu não suportaria viver sem também estes parceiros de amor e liberdade.
Como eu faria para chegar nos paraísos que juntos idealizamos?
O canarinho chapinha, hoje novamente veio na janela me consolar, dando rasantes espetaculares entre a mangueira e a pitangueira, bem diante mim em todas manhãs em que vou desligar a luz do portão, numa tentativa encantadora de imitar o sabiá.
Muito carinho por mim e eu, só gratidão, mas ainda assim, muitas saudades das energias vibrantes de minhas borboletas e do meu sabiá arruaceiro que me fazia sorrir por todo o tempo, colocando-me em contínuo estado de poesia.
Que sensação mais linda, só em pensar neles.!!!
Quem sabe amanhã, quem sabe um dia...

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