quinta-feira, 18 de março de 2021

AS BRISAS

Nunca importou aonde eu estivesse, porque jamais deixei de buscar o prazer de sentir pelas madrugadas os seus frescores, acreditando que este gosto me foi despertado a cada manhã de minha adolescência em que minha mãe me acordava as cinco horas para que eu me arrumasse para ir à escola.



Tudo era muito rápido, preciso e disciplinado, afinal, eu não poderia perder o ônibus das seis, caso contrário, chegaria atrasada e no meu colégio, a tolerância era de 15 minutos, depois, só portão fechado.
Mamãe abria a janela e me cutucava e ia fazer o café e eu, antes de ir para o banho para me despertar, chegava na janela e respirava aquele ar marinho, deixando que o frescor das brisas, provocasse de mim, um delicioso arrepio.
Viciei-me acredito não só no hábito de acordar pela madrugada, mas principalmente em sentir arrepios e os levei para a minha vida cotidiana de qualquer natureza, afinal, sem arrepios, não tenho empolgação.
Os arrepios, pelo menos na minha vida, sempre foram sinais fundamentais, porque através deles, avalio instantaneamente a presença ou não de afinidades.
Sem arrepios, nada feito...
Até hoje, confesso que meus arrepios não me traíram.
Claro que em muitas ocasiões, houveram distorções, mas num convívio, também de qualquer natureza é preciso que se tenha a consciência de que em algum momento, aquele lado sombrio ou duvidoso em alguém, pode vir à tona e aí, podemos nos confundir, achando que erramos na avaliação.
Ninguém é perfeito, meu bem...
A não ser que tu também, estejas sempre a sonhar
Os sonhos são os mais profundos
São como poços bem fundo, que a dor não pode alcançar.
Maravilha se tudo pudesse ser resumido em poemas, mas não pode, viver e conviver exige, rapidez, precisão e disciplina, caso contrário, perde-se o ônibus e o portão se fecha...

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