Atendo-me
como uma apenas cidadã, somente na forma de fazer política partidária,
precisamente de uns 50 anos para cá, quando esta, vem sofrendo alterações
bruscas, quanto aos protagonistas, causadas principalmente pelas reações do povo
e não como dantes em que os líderes, mandachuvas partidários regionais,
comandavam a festa por todo o tempo, sem que houvesse qualquer maior
resistência.
Primeiro foi
o golpe de sessenta e quatro, onde grande parte do povo brasileiro foi para as
ruas, clamando e empenhando seu apoio às forças armadas, justo para impedir que
o país se visse enredado num comunismo ameaçador.
Depois, já
no final dos anos oitenta, novamente o povo, acreditando que a classe política
brasileira, finalmente, havia aprendido a lição, volta a apoiá-los numa
reabertura política memorável, onde líderes com reputações até então ilibadas,
como Tancredo Neves, Ulisses Guimarães e alguns outros, lideravam o clamor do
povo em prol do retorno do sistema Democrático de Direito.
Toda essa
alegria foi se dissipando com a morte prematura de ambos, assim como com os
sucessivos e fracassados planos
econômicos que minaram e, em muitos casos, destruíram as reservas individuais
dos cidadãos que já não encontravam terreno firme para progredirem em suas
empreitadas, frente às constantes oscilações econômicas, queda brutal da
qualidade social de amparo oriunda das instituições, assim como pelo crescimento
populacional atrelado ao surgimento de uma miserabilidade gigantesca.
Novamente o
povo, agora em desespero vai pra rua, pedindo novamente por socorro e eis que
surge uma bandeira colorida de cores destoantes do verde e do amarelo varonil,
flamulando novas esperanças para este povo, agora alquebrado.
Era o, já
então, organizado e todo poderoso PT e todos os partidos de esquerda que a ele
se aliou e, juntos, com o apoio majoritário do povo, subiu ao poder e, nele,
permaneceu por dezesseis anos consecutivos.
Pois é...
Enquanto
isso, o mundo foi explodindo nas ciências e nas tecnologias e o povo brasileiro
foi direcionado à onda mundial da comunicação instantânea, onde passou a ser
possível, num simples apertar de uma tecla, estar em qualquer parte do mundo em
apenas poucos segundos, observando o lá fora e se permitindo comparações,
sempre surpreendentes, principalmente em relação às formas ideais ou não de um
governo conduzir o seu povo.
Não levou
muito tempo para grande parte dos brasileiros compreender que crescer em todos
os níveis é maravilhoso, desde que este crescimento seja real e sustentável e
não apenas como uma revolução de hábitos e costumes, privilegiando-se a baixa
qualidade e quebra de valores, como estímulo seja lá ao que for.
Sem mais nem
menos, o povo brasileiro que até então havia atravessado suas agruras de mãos
dadas, tolerando-se nas suas infinitas diversidades, tornou-se um povo dividido
em raça, cor, religião, gênero e tudo mais que a criatividade humana possa
inventar, fazendo saltar dos recôncavos íntimos as mais variadas e dolorosas
rejeições pessoais.
Aos poucos
viu-se ressurgir de uma aparente morte uma camada expressiva do povo, virando
novamente as páginas da história, numa agora tentativa de não mais se deixar
levar por simples ilusões, pessoas remanescentes de uma época de valores
sólidos, mas também reconhecendo precisa-los integrar aos novos tempos, e
então, voltou às ruas determinado.
Sinto com
prazer no coração de brasileira que não há mais lugar para sonhos partidários e
ilusões fantasiosas de um salvador da pátria, que agora o que se busca é
desmascarar as premissas mentirosas e enganadoras que, ardilosamente, vem ao
longo da história política, solapando o povo, até mesmo, quando vilmente tira
dele toda a sustentabilidade emocional, transformando-o em prisioneiro do
assistencialismo e levando-o a crer que está numa liberdade, compreendendo hoje
ser fantasiosa, que se traduz em endividamento pessoal, fragilidade
institucional e, no tão somente, politicamente correto em sua convivência
social.
Ainda nesta
semana, fui chamada de ditadora, dona da verdade, ligando meus argumentos
textuais à uma elite desgraçada, acusando-me com palavras pseudamente educadas
em ser mais uma fdp que insiste em escravizar os menos favorecidos,
transformando-me em carrasco de um sistema perfeito a que tudo é permitido,
desde que ofereça a ração certa para cada esfomeado.
Provavelmente,
eu seja uma carrasca de todo hipócrita que acredita que sua verdade é mais
forte e poderosa que os fatos que se apresentam e que são assustadores em
números, abrangendo a nossa sociedade de forma cruel.
Jamais
aplaudirei o analfabetismo em detrimento daqueles que receberam ou buscaram
meritoriamente os seus estudos e qualificações.
Suportarei
todo e qualquer maluco que arregaçar as mangas e tentar arrancar das entranhas
do meu país as sanguessugas manipuladoras que destroem mentes, estimulam a
violência e o separatismo, chamando a isso de liberdade de direitos.
Minhas
opiniões são baseadas numa vida inteira de vivências maravilhosas, onde me
propus a não fechar os olhos ao aprendizado de todas as naturezas e muito menos
me transformar numa pedra lacrada e sepulcral de minha capacidade de, apenas,
ser uma testemunha ocular de que nada, absolutamente nada, há de parar os
entendimentos de lógica em relação ao bem comum, de que a globalização traz a
cada instante para as mentes e opções de cada brasileiro.
Já não
queremos promessas e pratos servidos a meia boca, queremos mais, muito mais, e
para que isso um dia possa se concretizar, dizemos não ao velho e corroído
paternalismo social, venha de onde vier, afinal, podemos tudo, portanto, abram
caminho, pois o real progresso pede passagem nas bandeiras ostentadas por FDPs
elitizados, como eu.
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