Ao longo destes quarenta anos, apesar de adorar a comunicação social nas suas variadas formas de se apresentar, fui me decepcionando ao ponto de, hoje, chocar-me assustadoramente, pois, vejo com absoluta nitidez a sua responsabilidade sobre a nossa total incapacidade de entendimento quanto aos valores que, até então, nos forjaram como um povo bonito, sorridente e acima de tudo afável.
Quando se ouve, se vê ou se lê um comentarista de alguma rede de TV, rádio ou da imprensa escrita, se expressar sobre a morte com total banalidade, pode-se compreender o porque de tanta violência, separatismo e pouco caso com a vida humana e com o tudo mais que a envolve, como por exemplo a morte abrupta da empatia que nos caracterizava.
“Bandido bom é bandido morto”, forte, grotesca premissa que se incorporou na mente das pessoas, num retrocesso absurdo aos tempos da barbárie, onde justiça se apresentava tão somente, como eliminação do incômodo.
Defendendo bandido, dona Regina?
Não, apenas avaliando o quanto perdemos em termos evolutivos, andando vigorosamente para trás na história da humanidade e no quanto, este voltar ao primarismo, nos fez abrir um leque grotesco de retrocessos, não permitindo acompanhar automaticamente nosso aprimoramento na ciência e tecnologia, criando assim, um enorme abismo entre os saberes e os sentires, como se o fato de nossas mentes progredirem, não pudesse ser acompanhado pelos nossos sentidos, aleijando progressivamente as nossas almas.
Continuamos agindo como se estivéssemos há milênios de anos, onde as castas eram distintas e o ser humano era medido apenas pelos brasões de qualquer natureza que pudessem ostentar, mesmo que quem o sustentasse fosse destituído de qualquer maior qualificação, lhe sendo oferecido todas as glórias e poder em detrimento de uma massa embrutecida que se perpetua até os dias atuais.
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