quarta-feira, 20 de maio de 2020

ELOGIOS E CRITICAS FÁCEIS


Às vezes, precisamos de quase uma vida inteira para poder compreender aonde falhamos grosseiramente no convívio com os demais, ao ponto de, inusitadamente, sermos respeitados pelo que somos e produzimos, mas jamais aceitos, nas intimidades dos estreitamentos, afinal, não aprendemos a camuflar, elogiar e negociar com o impróprio.
Os aplausos, quando ocorrem, são sempre à distância, só comparáveis ao protocolo do COVID 19.
E irremediavelmente, vivenciamos um sistema de aparências e ilusões, onde as duras realidades só podem ser mencionadas como slogans de adicionamento pessoal de uma também falsa nobreza, já que nos cegamos, na medida do sucesso de nossos próprios interesses.
E aí, o cerne de qualquer questão se evapora tão rápido quanto as 24 quatro horas de um só dia, e qualquer criaturinha que insista em pedir conteúdos seja lá do que for ou que não se satisfaça com os brilhos falsos das alegrias e elogios momentâneos, não é entendida e muito menos considerada para uma breve reflexão.
Estou quietinha em meu confinamento, escrevendo meus textos, sempre buscando enxergar o mais além das aparências, percebendo assustada, que os mesmos, sequer podem concorrer com os arrotos e puns do Bolsonaro ou com as gafes de comunicação da Sra. Prefeita, ficando o lógico como insano e provocador, maléfico ou frustrado, podendo inclusive, fazer doer a quem os escrevem pois, tem-se a impressão de estar-se jogando aos ventos instantes benditos de meditação, pesquisas e uma tenacidade incrível desejar constatar que, cada qual, exerce o seu melhor.
Nessa mal camuflada campanha política, repletas de véus e fantasias eleitoreiras, fico observando a quase total falta de objetividade e programação de quem quer se eleger ou reeleger, num primarismo sem precedentes que, fatalmente, induzirá a novos erros avaliativos, já que são cópias fiéis de infinitas outras, onde o resultado, está bem aí, diante dos nossos olhares, geralmente desconsolados.
Mas o que é isso, Dona Regina, eles já se acham os melhores, pois, mantém aos seus lados os primores das qualificações, seja lá do que for. Quem pensas, que és, distinta e palpiteira senhora?
Todo escrevinhador é sempre antes de tudo um idealista que gostaria de ver as belezas aflorarem na mesma proporção das estupidezes que afrontam qualquer um, inclusive, aqueles que por força do destino que o sistema lhes impôs, não são capazes de assimilar o tamanho do estrago que estão sempre sendo forçados a conviver.
Desde muito cedo, somos induzidos a um polimento social falso e tênue, de elogios fáceis e aceitações mentirosas, que se desfazem de um instante para o outro, acompanhando irremediavelmente o nosso primarismo, em acreditar que somos os tais e que nada mais importa, além do prazer conquistado, pano de fundo recorrente da nossa sempre latente frustração, já que nada nos satisfaz e sempre queremos mais e mais; e nesse caminho de orgulho e preconceitos diversos, sorvemos os falsos elogios, emburrecemos os nossos caminhares, mas com certeza, enriquecemos o nosso absurdo egocentrismo.
Mas tudo bem, sigo escrevendo e se incomodo, que pena, pois, a intenção sempre foi a de colaborar, mas posso entender que a minha colaboração não foi pedida e muito menos contratada, não é mesmo, Dona enxerida?

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