sábado, 30 de maio de 2020

UMA SUGESTÃO


 Concordo em parte com todo aquele que afirma e apoia o não fechamento da entrada sem controle de passageiros do Ferry Boat, crendo que esta ação, por si só não resolverá e que o problema é de cada cidadão nos cuidados de si mesmo. Todavia, precisamos admitir até mesmo por responsabilidade as nossas próprias vidas e o bem-estar dos demais, que ela é uma ação de fundamental importância, pois trará suporte de amparo a todos nós..
Somos uma cidade pequena e, portanto, torna-se mais fácil manter um mais eficaz controle com o fechamento parcial de nossa principal fronteira. Claro que não se trata de uma atitude simpática e muito menos adequada aos relacionamentos políticos partidários que esta gestão, mantem com o governo do estado, todavia, absolutamente necessária neste momento crucial para a segurança e monitoramento desta doença, ainda oferecendo a cada cidadão uma sensação real de proteção governamental.
Assisti e participei de uma live na noite de ontem, dia 29/05/2020, onde estava presente o senhor ex-prefeito Claudio Neves, que, confesso, reforçou em mim a certeza de ter acompanhado durante anos, um homem capaz de separar o joio do trigo, lembrando a todos, inúmeras vezes que é preciso neste momento de uma crise sem precedentes, deixarmos as paixões e os interesse políticos para tão somente, nos unirmos em prol da segurança de todos.
Se ele foi o ideal de Prefeito ou se a senhora Marlylda Barbuda o é, no momento é o que menos importa para quem já está fragilizado pela impossibilidade do ganho pessoal, pela escassez de alimentos, pelos constrangimentos nas intermináveis filas da Caixa Econômica e pelo natural medo em relação a sua própria vida, assim como lamentavelmente pela insensatez ainda existente.
As leviandades e as disputas de qualquer natureza, online ou presencial, precisam dar uma pausa em prol da manutenção da vida, abrindo espaço para o bom senso geral.
Portanto, na qualidade de cidadã ativa desta cidade, sem vínculos partidários que ditem meus pensamentos e ações, venho através deste texto, solicitar a ilustre senhora prefeita de Itaparica que tome atitudes mais radicais no combate a esta pandemia que não perdoa ações paliativas e pouco eficazes.
Assim como endosso as palavras do senhor Claudio Neves, quando nos lembra sem meias palavras que este, é um momento de união e grandeza, onde o preconceito, o orgulho e a soberba, não encontram espaço e que, salvar vidas é tudo que verdadeiramente interessa e o que o povo espera na solidão de suas próprias limitações.
Aproveito para realçar o desempenho dos funcionários das secretarias de saúde, Ação Social, segurança e todos os demais, envolvidos nesta luta, tendo de enfrentar a guerra no front, muitas vezes sem as devidas e imprescindíveis condições.
Uma sexta-feira com mais fraternidade nos pensamentos e ações de todos nós, pois no barco em que estamos, somos absolutamente iguais, navegando nas mesmas águas revoltas em busca da sobrevivência.


sexta-feira, 29 de maio de 2020

MUDANÇAS NA POLÍTICA



Atendo-me como uma apenas cidadã, somente na forma de fazer política partidária, precisamente de uns 50 anos para cá, quando esta, vem sofrendo alterações bruscas, quanto aos protagonistas, causadas principalmente pelas reações do povo e não como dantes em que os líderes, mandachuvas partidários regionais, comandavam a festa por todo o tempo, sem que houvesse qualquer maior resistência.
Primeiro foi o golpe de sessenta e quatro, onde grande parte do povo brasileiro foi para as ruas, clamando e empenhando seu apoio às forças armadas, justo para impedir que o país se visse enredado num comunismo ameaçador.
Depois, já no final dos anos oitenta, novamente o povo, acreditando que a classe política brasileira, finalmente, havia aprendido a lição, volta a apoiá-los numa reabertura política memorável, onde líderes com reputações até então ilibadas, como Tancredo Neves, Ulisses Guimarães e alguns outros, lideravam o clamor do povo em prol do retorno do sistema Democrático de Direito.
Toda essa alegria foi se dissipando com a morte prematura de ambos, assim como com os sucessivos e  fracassados planos econômicos que minaram e, em muitos casos, destruíram as reservas individuais dos cidadãos que já não encontravam terreno firme para progredirem em suas empreitadas, frente às constantes oscilações econômicas, queda brutal da qualidade social de amparo oriunda das instituições, assim como pelo crescimento populacional atrelado ao surgimento de uma miserabilidade gigantesca.
Novamente o povo, agora em desespero vai pra rua, pedindo novamente por socorro e eis que surge uma bandeira colorida de cores destoantes do verde e do amarelo varonil, flamulando novas esperanças para este povo, agora alquebrado.
Era o, já então, organizado e todo poderoso PT e todos os partidos de esquerda que a ele se aliou e, juntos, com o apoio majoritário do povo, subiu ao poder e, nele, permaneceu por dezesseis anos consecutivos.
Pois é...
Enquanto isso, o mundo foi explodindo nas ciências e nas tecnologias e o povo brasileiro foi direcionado à onda mundial da comunicação instantânea, onde passou a ser possível, num simples apertar de uma tecla, estar em qualquer parte do mundo em apenas poucos segundos, observando o lá fora e se permitindo comparações, sempre surpreendentes, principalmente em relação às formas ideais ou não de um governo conduzir o seu povo.
Não levou muito tempo para grande parte dos brasileiros compreender que crescer em todos os níveis é maravilhoso, desde que este crescimento seja real e sustentável e não apenas como uma revolução de hábitos e costumes, privilegiando-se a baixa qualidade e quebra de valores, como estímulo seja lá ao que for.
Sem mais nem menos, o povo brasileiro que até então havia atravessado suas agruras de mãos dadas, tolerando-se nas suas infinitas diversidades, tornou-se um povo dividido em raça, cor, religião, gênero e tudo mais que a criatividade humana possa inventar, fazendo saltar dos recôncavos íntimos as mais variadas e dolorosas rejeições pessoais.
Aos poucos viu-se ressurgir de uma aparente morte uma camada expressiva do povo, virando novamente as páginas da história, numa agora tentativa de não mais se deixar levar por simples ilusões, pessoas remanescentes de uma época de valores sólidos, mas também reconhecendo precisa-los integrar aos novos tempos, e então, voltou às ruas determinado.
Sinto com prazer no coração de brasileira que não há mais lugar para sonhos partidários e ilusões fantasiosas de um salvador da pátria, que agora o que se busca é desmascarar as premissas mentirosas e enganadoras que, ardilosamente, vem ao longo da história política, solapando o povo, até mesmo, quando vilmente tira dele toda a sustentabilidade emocional, transformando-o em prisioneiro do assistencialismo e levando-o a crer que está numa liberdade, compreendendo hoje ser fantasiosa, que se traduz em endividamento pessoal, fragilidade institucional e, no tão somente, politicamente correto em sua convivência social.
Ainda nesta semana, fui chamada de ditadora, dona da verdade, ligando meus argumentos textuais à uma elite desgraçada, acusando-me com palavras pseudamente educadas em ser mais uma fdp que insiste em escravizar os menos favorecidos, transformando-me em carrasco de um sistema perfeito a que tudo é permitido, desde que ofereça a ração certa para cada esfomeado.
Provavelmente, eu seja uma carrasca de todo hipócrita que acredita que sua verdade é mais forte e poderosa que os fatos que se apresentam e que são assustadores em números, abrangendo a nossa sociedade de forma cruel.
Jamais aplaudirei o analfabetismo em detrimento daqueles que receberam ou buscaram meritoriamente os seus estudos e qualificações.
Suportarei todo e qualquer maluco que arregaçar as mangas e tentar arrancar das entranhas do meu país as sanguessugas manipuladoras que destroem mentes, estimulam a violência e o separatismo, chamando a isso de liberdade de direitos.
Minhas opiniões são baseadas numa vida inteira de vivências maravilhosas, onde me propus a não fechar os olhos ao aprendizado de todas as naturezas e muito menos me transformar numa pedra lacrada e sepulcral de minha capacidade de, apenas, ser uma testemunha ocular de que nada, absolutamente nada, há de parar os entendimentos de lógica em relação ao bem comum, de que a globalização traz a cada instante para as mentes e opções de cada brasileiro.
Já não queremos promessas e pratos servidos a meia boca, queremos mais, muito mais, e para que isso um dia possa se concretizar, dizemos não ao velho e corroído paternalismo social, venha de onde vier, afinal, podemos tudo, portanto, abram caminho, pois o real progresso pede passagem nas bandeiras ostentadas por FDPs elitizados, como eu.

POR QUE, MEU DEUS?



Esta é uma pergunta recorrente no decorrer da vida de qualquer pessoa, frente a algo que aconteça de excepcional, seja agradável ou não. Todavia, somente, quando a coisa é ruim é que, instintivamente, olhamos para o céu e questionamos Deus por tamanha desventura, afinal, com os outros, tudo bem, mas conosco...
Porra Deus, isso é uma sacanagem ...
Geralmente, não fazemos esta pergunta a quem de direito, já que em hipótese alguma, iremos admitir que somos os únicos responsáveis pelas nossas próprias mazelas.
Antes de dizer que estou errada, sem oferecer qualquer chance ao raciocínio lógico, pense num só problema que tenha vivenciado e cuja “culpa” que hipocritamente você disfarça falando tratar-se da “vontade de Deus” , não sem lamentar chorosamente o destino que ele  lhe determinou como uma cruz pesada, afim de que através dela, você pudesse comprovar a sua fé.
Isso é que é consolo criativo!!!
O vício da transferência de responsabilidades é tanta, que mesmo diante de uma árdua vitória, seja lá no que for, dizemos sem cerimônia, que foi “Graças a Deus”.
Jogando por terra, todo os esforços pessoais empreendidos, assim como os méritos devidos a todos aqueles que ativamente, colaboraram ao longo da caminhada.
Portanto, usando do senso de realidade, num intercâmbio cognitivo, diga-me se estou escrevendo besteiras ou apenas, mais uma vez, fiz a escolha errada, quanto a um assunto que é sempre muito cômodo para todos, ter deixado quieto, como sempre esteve?
Somos na maioria esmagadora de nosso tempo existencial, responsáveis diretos e sem qualquer apelação, nem mesmo a Deus, pelas nossas escolhas.
Ele foi sábio ao determinar que seríamos os senhores de nós mesmos, afinal, já estava nos oferecendo a mais perfeita modelagem estética e o tudo mais necessário para que, cuidássemos amorosamente desta ciência exata e desta máquina perfeita.
Por que, haveria Deus de ainda ser responsável pelo destino que daríamos a ela?

Esse tal de “livre arbítrio” é mesmo um juiz implacável, do qual, não nos safamos em momento algum, afinal, se o driblamos, escapando de suas consequências no início, com certeza, elas estarão nos esperando no meio ou no final, de cada escolha que venhamos a fazer em nossos vidas.
Um Bom dia para todos e que a nossa escolha no dia de hoje, seja:
Ficar em casa e só sair em caso de extrema necessidade, seguindo com rigor os protocolos de segurança estabelecidos pela OMS.
Simples assim...


quarta-feira, 27 de maio de 2020

Matemática, ciência complicada.

Nova resposta à Prefeita Marlylda Barbuda em razão de ter citado meu nome em entrevista dada ao canal Na Boca do Povo no dia 26/05/2020

A matemática é uma ciência exata, o que difere é a forma em aplicá-la.
Sou sabedora da complexidade da obra de restauração da Rua do Rio, todavia, a citamos como fonte de referencia de todo um complexo de ruas que nela desemboca e que foram bandeiras eleitoreiras por décadas, consumindo milhares de reais em limpezas necessárias, mas absolutamente paliativas.
Levando em consideração os custos apresentados nas obras de calçamento apresentadas por esta questão, somei-as e atrevi-me a palpitar a respeito da possível obra da Rua do rio, que não foi realizada e a cobra-la da senhora Prefeita.
Mais uma vez, fico feliz pela consideração da mesma em responder as demandas por mim apresentadas, e que, representam o sofrimento de centenas de pessoas que esperavam da senhora gestora, um olhar mais direcionado a uma solução mais rápida e eficiente de um problema, pra lá de histórico.
Mas tudo bem, fazer o quê, não é mesmo?
Afinal, distante do cotidiano do funcionamento burocrático de uma gestão pública, tornamo-nos ignorantes à respeito, nos limitando a apenas cidadãos, só nos restando confiar nos números matemáticos apresentados e nas argumentações explicativas,que jamais, infelizmente, batem a favor de nossos mais profundos sofrimentos.
Salvo em alguns casos específicos, onde haja a interferência externa ou interna de alguma figura representativa que traga recursos ou promova política de barganha.
Coisa da política brasileira que, ao longo da vida registrei, mas que por idealismo, jamais concordarei.

LEMBRANÇAS DE UM TEMPO QUE SE RENOVA



Existem passagens que vivenciamos que são absolutamente inesquecíveis, eternizando- se em nossas mentes e almas como se fossem marcas indeléveis.
O tempo passa e volta e meia, lá vem as lembranças que, agradavelmente sorrateiras, fazem brotar em nossos semblantes o brilho de um sorriso.
Nesta manhã, tomando o café com o Roberto, falávamos daquelas pessoas que por mais que se mostrem contrárias aos nossos pensamentos e ideais, ainda assim, não despertam em nós aquela rejeição dolorida que outros, que nada nos afetaram, despertam com suas simples presenças, nos fazendo arrepiar.
Creio que esta seja a explicação para a tão falada afinidade que existe ou não, mas que é determinante para a harmonia de nossas mentes, fazendo-nos mais pacientes e compreensivos, frente ao que, absolutamente, nada podemos modificar.
Nesta linha de raciocínio, voamos em nossa mente para o ano de 2006, quando fomos chamados na Prefeitura pelo, então, prefeito Cláudio Neves, a quem nunca tínhamos conhecido pessoalmente.
Ainda me lembro que era um sábado e tínhamos acabado de chegar da praia, meios lá, meios cá, devido a umas cervejinhas, quando o telefone tocou e era ele em pessoa, solicitando as nossas presenças, mas sem determinar a real razão.
 Lá chegando, encontramos o que na polícia chama de “casa de caboclo”, pois quase todo o seu secretariado  por lá se encontrava, prontinhos, depois concluímos, para assistirem aquele poderoso senhor nos sacrificar.
Ouvimos uma enxurrada de lamentações a respeito de nossas publicações no, então, Jornal Variedades, e depois de longa preleção, nos foi dada breve palavra e o incrível aconteceu, pois, nascia também naquele instante uma enorme admiração por um homem que disse o que quis e soube ouvir o que, certamente, não esperava de um casalzinho simples, editores de um pequeno jornal, mas que nem por isso, permitiu ver tombado por qualquer tipo de autoridade, a dignidade de seus desempenhos profissionais.
Nascia ali uma convivência incrível, onde a admiração, o respeito e a lealdade foram e continuam sendo as bases principais.
A apoteose desta parceria, aconteceu nas eleições de 2008, quando de coração aberto percorremos todo este município, debaixo de sol a pino, numa energia simplesmente fantástica para um casal, ainda não proclamado do “grupo de risco” e onde, pessoalmente, mesmo sabendo não ter qualquer chance de ganho, por diversos fatores culturais, candidatei-me à vereança de Itaparica, pois, o mais importante era lutar pelo que eu acreditava ser o melhor, naquele momento para a cidade que, já naquele tempo, havia nos abraçado e acolhido com imenso carinho.
Naturalmente que o tudo de bom que somos capazes de produzir nesta vida, não acontece sem que sejamos tenazes e propícios a aceitar os muitos contraditórios que uma relação de qualquer natureza possa produzir, mas quando, as intenções são balizadas na lógica da aceitação das diferenças, certamente, tudo é possível de se harmonizar.
Saudades dos tempos maravilhosos de muitos sorrisos, abraços e beijos e de uma energia pujante que transformou o nosso grupo, numa só célula de alegria, pois, queiramos nós admitir ou não, Cláudio é um legítimo Líder agregador, capaz de explosões de sorrisos e expressões iradas que fazem tremer a terra ao seu redor, mas sempre com muita autenticidade,  mesmo não sendo enxergado por alguns poucos que, arredios, permaneceram à parte com seus preconceitos e inseguranças pessoais, não se sentindo integrados.
Certamente, perderam uma grandiosa oportunidade de crescerem como pessoas, se dando o direito de conhecer melhor o que lhe parecia contraditório.
Perdemos por pouco, mas a vitória da consciência da luta e os ideais consolidados, jamais foram perdidos ou desperdiçados.
Treze anos depois, novamente Cláudio Neves se mostra ao povo, ele e nós, mais amadurecidos, mais realistas, mas, certamente, todos imbuídos do desejo ardente de resgatar de nossas naturezas íntimas o espírito de luta que nos caracteriza, levando-nos após “Pandemia”, a romper os grilhões do peso de nossas idades para percorrermos os mesmos trajetos de outrora, sabedores que somos de que vai ser espetacularmente diferente.
Ganhando ou perdendo, certamente estaremos lá e acolá, buscando com o suor escorrendo e o sorriso ressecado da contínua sede, devido ao possível calor escaldante, a gloria maior de nos sentir existindo, participando e agregando à vida, a nossa esplendorosa alegria por estarmos vivendo e defendendo o que acreditamos que no presente momento, é o melhor para a nossa Itaparica.
Afinal, na vida, só o que somos capazes de demonstrar é o que conta.

terça-feira, 26 de maio de 2020

COMUNICADO


Em resposta a prefeita Marlylda Barbuda, quando de sua fala, onde citou meu nome em entrevista no canal na boca do povo em 25 de maio de 2020.
*A questão é exatamente essa, pois a senhora elegeu-se prometendo eliminar os problemas históricos. Se a rua do rio fosse seu sonho de restauro, certamente em Três anos e meio, teria conseguido destinar recursos para arrumá-la. Teria ido na Ilha verde e na maioria dos outros bairros, historicamente esquecidos amenizar os transtornos daquelas pessoas, teria exigido mais de uma empresa de lixo que leva da cidade uma fortuna mensal e não conseguiu colocar reservatórios adequados em todos os pontos de lixo e muito menos manter uma coleta contínua, eficaz e programada que não fosse nas avenidas principais e pontos estratégicos aos próprios interesses, também, teria acompanhado mais de perto infinitas demandas visíveis e palpáveis que tanto martiriza o dia a dia de seus moradores. É claro que seria injusto esperar soluções mágicas totalitárias, além de não reconhecer as obras e ações realizadas, tanto assim que desde o início de sua gestão, fosse por que meio fosse, realcei cada uma delas, dando-me também ao direito de como cidadã e comunicadora, cobrar as obras esquecidas. Todavia, querendo a senhora admitir ou não, jamais esta cidade recebeu tanto dinheiro e jamais também foi tão perdulária na escolha de suas prioridades para a aplicação dos mesmos. Resumindo estou feliz por ter citado meu nome, afinal, minhas reivindicações não se perderam ao vento. Este é um ano eleitoral e não seria eu a pessoa a criar polêmicas que de alguma forma viesse a me beneficiar ou a quem quer que seja. Minha forma de atuar na sociedade e na política sempre foi séria e respeitosa e não inclui disse me disse, baixaria, polêmica e tão pouco inverdades. E quanto ao fato de só ter comparecido a uma prestação de contas no primeiro ano de sua gestão é que tenho de profissionalismo e experiências com infinitas outras gestões, mais tempo que a senhora tem de vida pessoal e pública juntas e posso lhe garantir que conheço a fórmula repetitiva e sempre muito bem elaborada de suas apresentações, o que em hipótese alguma, justifica acusações infundadas e levianas, assim como as ações nunca realizadas, os preços absurdos que são pagos, os gastos desnecessários, inclusive, as consultorias milionárias. A diferença entre eu e a senhora e os demais políticos eleitos no antes e no agora, é que eu sou uma cidadã comum que ganhou o respeito pelo profissionalismo, pois, só falo e escrevo o que vejo e ouço, pois, nada tenho a defender de pessoal, além da indignidade de minha rua e bairro. Fique com Deus e obrigada por ter lido as minhas crônicas.


sexta-feira, 22 de maio de 2020

A ARROGÂNCIA X IGNORÂNCIA



Não há nada mais pernicioso e formador de ações violentas que se compare a este aspecto da personalidade humana, pois, é formado por características bem evidentes que desconsideram qualquer maior conhecimento sobre qualquer assunto, mas que ainda assim, se arvora de posturas e inúmeros argumentos sem qualquer embasamento real, para garantir que sua convicção esdrúxula se finque e flamule como verdade absoluta e para tanto, não enxerga, qualquer limite a sua frente, fazendo e dizendo tudo que lhe parece lógico.
Se esta pessoa tiver algum grau de letramento, torna-se um estopim altamente perigoso, pois, geralmente, ocupa cargos de liderança e atrai sob seu comando envolvente e altamente manipulador, uma legião de afins e aí, como rastilho de pólvora, ameaçam a tudo e a todos.
Os mecanismos utilizados estão sempre aliados aos confrontos, pois, se há uma coisa que o arrogante ignorante desconhece é justo, o diálogo e o respeito as diferenças, apesar de ter como bandeira de atração regimentada, as retóricas das igualdades e liberdades de ser e de pensar.
As redes sociais vêm escancarando assustadoramente esse aspecto da personalidade humana que sempre existiu, mas que permanecia camuflada no anonimato, fazendo estragos.
Portanto e para tanto, utilizam-se de fakes ridículos e tudo que podemos fazer é identifica-los e descarta-los, se bem que, logo outros surgem, amadoramente, mas não menos danosos, dos labirintos de suas próprias neblinas existenciais.
Este ano por ser eleitoral, eles estão pululando de perfil em perfil, qual soldados mercenários, na caça do inimigo que lhe seja contrário.
“ SALVE -SE ”pois, mata mais que a COVID 19.
Desenhando a quem de direito:   Arrogância é um forte orgulho ou atitude de extrema auto importância, em particular, uma perda de contato com a realidade e superestima das próprias competências ou capacidades.  arrogância também está associada à falta de humildade e amor a si mesmo.
 A ignorância pode ser uma falta de conhecimento, sabedoria e instrução sobre determinado tema, ou mesmo crença em falsidades. Em contrapartida o ignorante estabelece critérios que desclassifiquem o conselho alheio, em prol da sua falta de conhecimento, buscando estabelecer ideias falsas sobre si mesmo e o mundo que o cerca.
A calúnia e a injúria são armas da ignorância.George Sand
O orgulho... é filho da ignorância.Giuseppe Baretti
E aí, você já se deparou com algum?



quinta-feira, 21 de maio de 2020

Incompatibilidade com as cobertas.


Ainda bem que moro em Itaparica de tempo quente, que afora uns poucos dias no outono e inverno, faz calor o ano inteiro, caso contrário, eu estaria perdida com as viradas constantes na cama, durante o sono do senhor Roberto.
Nelas, o agitado marido, enrola-se nas cobertas e assim, irremediavelmente, ele me descobre, deixando-me em posição fetal, buscando um calor imaginário de meu instinto protetor.
E assim, quando reclamo, ainda tenho que escutar pacientemente ele afirmar que vive me cobrindo, nas muitas acordadas noturnas.
Olha, só eu sei o que passei de frio nas seguidas décadas de morada nas serras mineiras, onde o recurso era dormir agasalhada e os pés cobertos por grossas meias, pois, se dependesse das cobertas que, supostamente, teríamos que dividir, eu já teria morrido de hipotermia há muito tempo.
Nossa Dona Regina, deixa de ser exagerada, e o calor aconchegante do véio, não vale nada?
Oh! Se vale, quem sou eu para viver sem ele que com seu abraço quente e amigo me estreitou ao longo de toda a minha vida.
Mas espera aí, ele também sorveu por todo o tempo do calor do meu regaço, mas na hora do bendito sono, salve-se quem puder...
Pelo andar da carruagem, junho está chegando e além de não ter as festividades coloridas e gostosas das festas juninas, pelo visto, pela primeira vez, comemoraremos nosso aniversário de casamento (52 anos), no dia de São Pedro, sem a presença de nossa pequena e unida família, pois um está em Sto. Antônio de Jesus e a outra em Tubarão (SC).
Dá para perceber que estou um tantinho nostálgica, deve ser pelo isolamento, a falta da minha prainha de águas mansas e mornas e do calor dos deuses que amo.
Daqui a pouco passa, mas a saudade de meu Luiz e de minha Anna Paula, esta só passará quando, finalmente, puder abraça-los bem apertadinho.
Meu cãozinho me conhece tanto, que veio deitar-se colado aos meus pés, deixando o seu calor de fiel e sensitivo amigo, esquentá-los.
Bendita seja a vida em suas variadas apresentações.
Bendito somos nós, por senti-las sem receio em expressá-las.

quarta-feira, 20 de maio de 2020

ELOGIOS E CRITICAS FÁCEIS


Às vezes, precisamos de quase uma vida inteira para poder compreender aonde falhamos grosseiramente no convívio com os demais, ao ponto de, inusitadamente, sermos respeitados pelo que somos e produzimos, mas jamais aceitos, nas intimidades dos estreitamentos, afinal, não aprendemos a camuflar, elogiar e negociar com o impróprio.
Os aplausos, quando ocorrem, são sempre à distância, só comparáveis ao protocolo do COVID 19.
E irremediavelmente, vivenciamos um sistema de aparências e ilusões, onde as duras realidades só podem ser mencionadas como slogans de adicionamento pessoal de uma também falsa nobreza, já que nos cegamos, na medida do sucesso de nossos próprios interesses.
E aí, o cerne de qualquer questão se evapora tão rápido quanto as 24 quatro horas de um só dia, e qualquer criaturinha que insista em pedir conteúdos seja lá do que for ou que não se satisfaça com os brilhos falsos das alegrias e elogios momentâneos, não é entendida e muito menos considerada para uma breve reflexão.
Estou quietinha em meu confinamento, escrevendo meus textos, sempre buscando enxergar o mais além das aparências, percebendo assustada, que os mesmos, sequer podem concorrer com os arrotos e puns do Bolsonaro ou com as gafes de comunicação da Sra. Prefeita, ficando o lógico como insano e provocador, maléfico ou frustrado, podendo inclusive, fazer doer a quem os escrevem pois, tem-se a impressão de estar-se jogando aos ventos instantes benditos de meditação, pesquisas e uma tenacidade incrível desejar constatar que, cada qual, exerce o seu melhor.
Nessa mal camuflada campanha política, repletas de véus e fantasias eleitoreiras, fico observando a quase total falta de objetividade e programação de quem quer se eleger ou reeleger, num primarismo sem precedentes que, fatalmente, induzirá a novos erros avaliativos, já que são cópias fiéis de infinitas outras, onde o resultado, está bem aí, diante dos nossos olhares, geralmente desconsolados.
Mas o que é isso, Dona Regina, eles já se acham os melhores, pois, mantém aos seus lados os primores das qualificações, seja lá do que for. Quem pensas, que és, distinta e palpiteira senhora?
Todo escrevinhador é sempre antes de tudo um idealista que gostaria de ver as belezas aflorarem na mesma proporção das estupidezes que afrontam qualquer um, inclusive, aqueles que por força do destino que o sistema lhes impôs, não são capazes de assimilar o tamanho do estrago que estão sempre sendo forçados a conviver.
Desde muito cedo, somos induzidos a um polimento social falso e tênue, de elogios fáceis e aceitações mentirosas, que se desfazem de um instante para o outro, acompanhando irremediavelmente o nosso primarismo, em acreditar que somos os tais e que nada mais importa, além do prazer conquistado, pano de fundo recorrente da nossa sempre latente frustração, já que nada nos satisfaz e sempre queremos mais e mais; e nesse caminho de orgulho e preconceitos diversos, sorvemos os falsos elogios, emburrecemos os nossos caminhares, mas com certeza, enriquecemos o nosso absurdo egocentrismo.
Mas tudo bem, sigo escrevendo e se incomodo, que pena, pois, a intenção sempre foi a de colaborar, mas posso entender que a minha colaboração não foi pedida e muito menos contratada, não é mesmo, Dona enxerida?

segunda-feira, 18 de maio de 2020

JESUS E NÓS.



Quando perguntei à minha mãe, porquê eu deveria ir para a escola e ela me respondeu que era para eu ser alguém quando crescesse, confesso fiquei encafifada.
O tempo foi passando e em diversas ocasiões voltei a ouvir dela e de outras pessoas, sempre num tom sério e comprometido com a importância merecida e, eu, cada vez mais fui querendo entender aquela desqualificação pessoal que me atribuíam, afinal, se para ser alguém eu precisaria estudar muito, então, todo aquele que não tinha podido estudar, era o quê?
Claro que fiz inúmeras vezes esta pergunta para variadas pessoas, recebendo também diversas respostas, mas sempre evidenciando-se o estudo como o transporte mais eficaz para qualquer caminhada pessoal.
Bem, é claro que mais adiante me foi possível entender o que realmente queriam dizer, no entanto, o registro deste absurdo linguístico, jamais saiu de minha mente, pois, foi a primeira ilógica e preconceituosa rejeição a vida que detectei. Afinal, o simples fato de um ser humano existir, já deveria lhe conferir o título de ser um alguém, antes mesmo de vir a ser um doutor em alguma coisa, assim também não entendia o fato de, se era tão importante estudar para ser alguém, por que todas as crianças, como os filhos dos serviçais, não tinham o mesmo acesso às escolas?
Mais adiante, o fato de muitas pessoas não serem consideradas “alguém”, me fez compreender que por não serem nada para aqueles que atingiram o status de “alguém”, sequer eram enxergadas e muito menos seus filhos, e então, o pesado fardo do sistema social, desabou sobre mim, assustando-me e, ao mesmo tempo, fazendo germinar em minha cabecinha de ainda uma criança, a certeza absoluta de que eu as enxergaria, estivem elas em qualquer lugar.
Nem podia imaginar que naquele momento, nascia em minha consciência, uma ativista social, sem bandeiras, faixas ou slogans, mas com uma visão límpida da importância da vida na vida de qualquer pessoa, resoluta a lutar para não permitir jamais ao meu redor, que houvesse o maldito separatismo, cruel chaga que ainda não permite que o humano seja a representação bendita do maior milagre da própria vida.
Com a minha longa vivência, abrilhantada por infinitas experiências, posso garantir que  a tal retórica em ser “alguém”, ganhou novas versões, mas pouco se alterou, já que hoje, tem-se muitos “alguéns”, doutores em diversas especialidades, mas também herdeiros da cegueira que os tornam incapazes de evitar a desigualdade, mantendo como sempre, o velho e corroído pano de fundo do “me engana que eu gosto”, garantindo assim, a sempre massa invisível para servir-lhes, e nada mais.
Sou uma irritante chata, que fala e escreve o que todos tentam esquecer e, até mesmo, fingir que não existe.
Todavia, a vida por si só, também é chata, pois, vez por outra, movimenta a terra, rebuliça as mesmices, como agora com o COVID 19, justo para que sejamos obrigados a enxergar o estrondoso exército dos  que não são “alguéns”, assim como todas as inadequações que somos capazes de produzir, mesmo, tendo tantos alguéns charlando abusivamente nos comandos deste mundo de meu Deus, que aliás, não conseguiu fazer de seu filho um “alguém”, já que pelo que se sabe, Jesus nunca se letrou, preferindo, vagar como um errante, pregando a seu modo a grandeza e expertise existente em todo alguém, provavelmente, tão afrontado, mas determinado, quanto eu e tantos outros, com a estupidez que o cercava.


sábado, 16 de maio de 2020

POR QUE, MEU DEUS?


Acabo de conversar com Roberto sobre Marlylda e sua administração; e concordamos que é surreal a sua postura pessoal de gestora deste município, desde a sua posse em 1º de janeiro de 2017.
Rapaz, jamais vou esquecer a sua vitória apoteótica que emocionou a mim e tantos outros que, mesmo contrários politicamente, não tinham como negar a beleza e importância da trajetória desta moça simples do povo que, em dado momento, recebeu o facho de luz da sorte de ser notada e lançada como candidata nas eleições de 2008 e, aí, se tornando visível aos olhos do povo.
Mesmo não obtendo o sucesso nas urnas, a moça guerreira não arrefeceu sua gana de vitória e a perseguiu brilhantemente, buscando a tudo e todos que pudessem injetá-la no meio da governança da cidade e, finalmente em 2016, numa demonstração de força e valentia, ela alcança a grandeza de 8.808 votos e se elege como dantes ainda não havia a cidade visto.
Rapaz, torci para que ela colocasse em prática tudo quanto prometera na campanha e nem por um instante, duvidei, afinal, como poderia se, esta, tinha o povo e parceiros fortes a seu lado.
De repente, assustei-me na primeira prestação de contas na Câmara de vereadores e até registrei numa crônica, a indiferença absurda e inexplicável dos presentes na ocasião, afinal, haviam se passado poucos meses para que a mesma despertasse tantas mágoas e tamanha rejeição.
De lá para cá, só foram aumentando as mágoas, principalmente nos primeiros dois anos de sua gestão, onde o silêncio e o abandono da mesma para com os amados itaparicanos, foi se tornando cada vez mais expressivo, numa correspondência igualitária dela para com os amados, pois passou a rechaçar sem papas na língua as críticas, deixando seus assessores, na maioria das vezes, falar por ela, diante das insatisfações manifestadas nas redes sociais, num primarismo que não se coaduna com a expertise demonstrada pela mesma, no manejo das relações públicas em tempos eleitorais.
Será que o germe da vaidade se apossara dela?
Por que, meu Deus, tantas insanas posturas, quando a seu lado existem pessoas que deveriam por real lealdade, mostrar-lhe os equívocos e desvios, assim como os caminhos para uma pelo menos tentativa de reconciliação com o povo que lhe ofereceu poder e glória?
Por que meu Deus, a pressa em endeusar-se para um povo que, de tão simples, já a tinha colocado em um pedestal?
Que cegueira de alma se apoderou desta jovem?
Será que o fato de ter a parceria do Governo do estado na construção de algumas obras de impacto e a velha garantia de só apresentar obra no último ano para também impactar a mente do eleitor, foi o bastante para tamanha acomodação e até primarismo administrativo?
Ela e ninguém mais poderia prever um CODIV 19, não é mesmo?
Com certeza, a jovem brilhante semeadora de votos, foi traída pelo imprevisto e, agora, não precisa correr tanto inaugurando uma Fonte da Bica, que ficou quase um ano fechada, terminar a cobertura de uma quadra, fazer as praças de Amoreira e do João Ubaldo, pois, os votos perdidos pelo abandono expresso em lixo, lama, mato e poeira na maioria das ruas deste minúsculo município, assim como a falta inexplicável de afagos aos seus munícipes, são votos perdidos e irrecuperáveis.
Isso não significa que não consiga com os recursos economizados, com uma máquina municipal abastecida de agregados, a expertise de seus silenciosos, mas poderosos aliados, com larga experiência em quase nada fazerem e, ainda assim, conseguirem êxitos, a moça arrojada não se reeleja, mas o amor despertado, puro, ingênuo e absolutamente autêntico que outrora recebeu, certamente não terá.
Ser lembrada como uma grande e poderosa Líder, jamais.
Lamento do fundo de meu coração, tanta falta de sensibilidade que venho observando no andar desta carruagem que não precisou de nenhuma pedra no meio de seu caminho, para avariar as próprias rodas.
Nesta pandemia, tanto quanto uma cesta básica, o povo das comunidades gostaria de ter recebido a prestigiosa líder com luvas, microfone e máscara, passando por suas ruas, se solidarizando com os seus mais fiéis aliados e garantidores da sua glória.
Quem sabe, deslizando os pneus de seu carrinho de luxo (mantido com os impostos deste povo simples), pelas lamas do abandono, a prezada jovem, pudesse ter recuperado um pouco daqueles a quem traiu com a mais expressiva ingratidão.
Mas acreditem, eu lamento, pois, todos sabemos que com a dinheirama recebida, nossa Itaparica poderia estar no caminho rápido de se tornar o pitéu, só comparável à beleza de seu povo e de suas naturezas inigualáveis.
Só nos resta lamentar...

DESFILE MENTAL



O dia acaba de amanhecer e há muito já estou no computador na companhia de outras corujinhas madrugadoras, não é mesmo, Regina Lima, Izildinha Pitta e David Wesley?
Neste instante, também recebo a companhia dos pássaros que em bando e fazendo uma tremenda algazarra, disputam o pedaço de mamão que deixei para eles, já que com tanta chuva, o café da manhã deles anda fraquinho, sem as costumeiras frutas espalhadas pelo quintal.
Hoje é aniversário de minha filha e já deixei uma mensagem amorosa para ela e entre estas atividades, é claro que escrever minhas crônicas, eu não poderia esquecer e aí, penso que apesar de ter se passado décadas dos nascimentos de meus filhos, ainda os vejo como as minhas crianças que se muitos trabalhos me deram, também preencheram minha vida de satisfações.
Penso em seus nascimentos, nos primeiros banhos, nas intermináveis trocas de fraldas, nos primeiros passinhos, nas primeiras febres, nos primeiros tombos e nos infinitos momentos do cotidiano em que a dedicação e o imenso amor, comandaram a minha vida, aliás, as nossas vidas, pois, o meu Roberto sempre foi um grande parceiro, mesmo em uma época em que não era comum os maridos dividirem tarefas com suas mulheres.
Mais adiante, também fomos juntos aprendendo a conviver com o natural afastamento dos filhos nas suas adolescências, seus primeiros amores, suas primeiras decepções e por aí, o tempo foi passando e hoje, vendo-os com as idades que tínhamos, quando de  seus nascimentos, sorrio de satisfação, agradecendo a Deus e as energias benditas deste universo, por tê-los nos presenteado.
Neste instante, em que o amanhecer envia a sua esplêndida luz, ofereço a minha eterna gratidão pelo tudo de bom que tem sido a minha vida, tendo ao meu lado esta família linda que ao longo do tempo, cresceu com mais duas preciosidades, amores de meus amores, os baianinhos Marleide Reis e João Cardoso e juntos, seguimos nesta jornada de paz, lutas, sorrisos e muita união.
Nosso lema sempre foi o de “um por todos, todos por um”. Afinal, com a fraternidade sempre presente nas ações e intenções, não há como dar errado.




sexta-feira, 15 de maio de 2020

O REAL E O IMAGINÁRIO



Karl Marx, pensador do século XVIII, cujas obras o imortalizaram, cria que o capitalismo tem uma grande virtude, que é a capacidade de gerar riquezas. A partir daí imaginou uma sociedade onde as propriedades privadas iriam pertencer ao estado e que toda riqueza gerada seria dividida entre os trabalhadores. Não havendo mais divisão de classe, o estado seria dirigido pelo proletário, depois dessa etapa o socialismo se tornaria comunismo e o estado seria extinto, assim também como o governo, as polícias etc.
Não funcionou e, a partir daí, surgiram os clãs do escolhidos, formando-se agrupamentos de uma nova elite, erguida através de espertos e letrados políticos que capitavam trabalhadores que se destacavam como líderes de seus colegas proletários, transformando-os em modelos de luta e convencimento, enquanto, uma teia de manipuladores faziam uso abusivo das arrecadações públicas, dando em troca ao povo sofrido, migalhas de ascensão social, sem que houvesse qualquer meritocracia, deixando-os a mercê da presença do estado, o que garantiria a perpetuação de suas atuações como líderes.
Veja  que no Brasil, em quase 20 anos de liderança, os pseudos socialistas não promoveram nenhuma mais significativa alteração social, além deles mesmos e de uma forjada nova elite que lhes garantiam a governabilidade, paga a preço de ouro em detrimento de um salário mínimo absolutamente vergonhoso para os padrões mundiais de um país rico e com pretensões de ascender socialmente o povo de forma real e consistente.
Não houve uma só instituição brasileira que viesse a se enquadrar numa evolução de qualidade, muito pelo contrário, ofereceram prendas ao povo sonhador, mas dilapidaram o que já não era grande coisa, reafirmando em cada, uma falsa conquista, já que em tudo por tudo, só encontramos destroços.
Mas o pior, sem dúvidas foi a doutrinação que fez crer aos menos favorecidos socialmente de que a igualdade se limita, quando, ela é bem mais complexa, pois, mantém as diferenças de classe e de meritocracia, mas cobra de cada um sua parcela de responsabilidade social, ou seja:
O mais rico seja por herança ou conquista própria, paga proporcionalmente ao seu ganho, afim de que o menos favorecido, inclusive por intelectualidade, afinal, as pessoas são diferentes, com aspirações diferentes, talentos diferenciados, recebam iguais condições que ele, seja na educação, saúde, segurança e infraestrutura.
Desenhando: O pobre usará o mesmo leito hospitalar, a mesma escola, a mesma eficiência policial, e as mesmas condições sanitárias e de acesso seja lá aonde resida.
Num país, onde impera a realidade socialista e não a fantasiosa alçada num comunismo que evidentemente não deu certo, um político, um Juiz, um deputado, um vereador, um prefeito ou seja lá quem for, pode ganhar salários e mordomias astronômicas, enquanto o assalariado, mal consegue comer com o salário mínimo vergonhoso como o que se paga neste país, ainda tendo de pagar por cada grão do feijão que come os impostos mais caros do mundo, onde tudo é permitido a uma falsa elite, locupletada com o dinheiro do povo e das riquezas naturais, enquanto o povo, implora por uma cesta básica e se humilha para garantir seus tostões com a ilusão de terem subido na escala social.
Portanto, não me venham com discursos fanáticos, pois tenho em minha bagagem um sólido entendimento do certo e errado, além de embasamento humanitário que me foi oferecido por escolas públicas de excelência, onde a ideologia ainda não tinha espaço e de uma família que apesar de ser composta por trabalhadores, priorizava a ética, até mesmo, na hora que precisasse ser punida.
Valores benditos que o falso socialismo brasileiro fez questão de erradicar, garantindo assim a mágoa, a dor da exclusão e transformando mentes e almas, num exército de miseráveis funcionais, onde tudo conta, menos o poder do raciocínio lógico.
Na realidade, hoje estamos todos entre a cruz e a espada, ambas mortais, pois, nos divide e nos torna a cada dia mais fracos e impotentes.
A crueldade maior não se faz presente apenas, na perpetuação de valores e absurdos privilégios em qualquer país, mas no Brasil, é um crime hediondo, cometido a cada instante, no momento que se apropria de cada centavo deste miserável povo, não se acanhando nas cobranças, aí, sim de impostos igualitários, para manterem as classes jurídica e política em patamares salariais e de mordomias vergonhosos.

ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE ...


Ao longo destes quarenta anos, apesar de adorar a comunicação social nas suas variadas formas de se apresentar, fui me decepcionando ao ponto de, hoje, chocar-me assustadoramente, pois, vejo com absoluta nitidez a sua responsabilidade sobre a nossa total incapacidade de entendimento quanto aos valores que, até então, nos forjaram como um povo bonito, sorridente e acima de tudo afável.
Quando se ouve, se vê ou se lê um comentarista de alguma rede de TV, rádio ou da imprensa escrita, se expressar sobre a morte com total banalidade, pode-se compreender o porque de tanta violência, separatismo e pouco caso com a vida humana e com o tudo mais que a envolve, como por exemplo a morte abrupta da empatia que nos caracterizava.
“Bandido bom é bandido morto”, forte, grotesca premissa que se incorporou na mente das pessoas, num retrocesso absurdo aos tempos da barbárie, onde justiça se apresentava tão somente, como eliminação do incômodo.
Defendendo bandido, dona Regina?
Não, apenas avaliando o quanto perdemos em termos evolutivos, andando vigorosamente para trás na história da humanidade e no quanto, este voltar ao primarismo, nos fez abrir um leque grotesco de retrocessos, não permitindo acompanhar automaticamente nosso aprimoramento na ciência e tecnologia, criando assim, um enorme abismo entre os saberes e os sentires, como se o fato de nossas mentes progredirem, não pudesse ser acompanhado pelos nossos sentidos, aleijando progressivamente as nossas almas.
Continuamos agindo como se estivéssemos há milênios de anos, onde as castas eram distintas e o ser humano era medido apenas pelos brasões de qualquer natureza que pudessem ostentar, mesmo que quem o sustentasse fosse destituído de qualquer maior qualificação, lhe sendo oferecido todas as glórias e poder em detrimento de uma massa embrutecida que se perpetua até os dias atuais.

quinta-feira, 14 de maio de 2020

ORGULHO E PRECONCEITO


Fico aqui pensando no quanto somos ao mesmo tempo orgulhosos e preconceituosos com tudo e todos ao nosso redor e, ao mesmo tempo, esbravejamos os nossos sentimentos, quando, somos nós os atingidos, numa crença autoritária, mesmo que fingidamente camuflada, de que somos vítimas do sistema, este, que nós mesmos criamos e alimentamos cada vez mais com a nossa sempre presente hipocrisia.
Aplaudimos e, simultaneamente, tudo fazemos para desvalorizar, mesmo que seja, e na maioria das vezes o é, de forma sorrateira, através de falsos sorrisos e cortesias interesseiras, numa concordância superficial que alimenta a intolerância que mesmo disfarçada, vez por outra, extrapola e se mostra nua e crua, na sua mais autêntica originalidade.
Dizemos que a nossa luta é em prol de uma melhor e mais completa educação formal e que todos deveriam ter os mesmos direitos, mas ao mesmo tempo, crucificamos a todos aqueles que tiveram a chance pessoal dela usufruir, como se fosse pecado mortal ou infração gravíssima, saber traduzir seus talentos através dos conhecimentos adquiridos, assim como, abrimos universidades, facilitando os ingressos, mas solapamos o ensino fundamental que deveria ser o alicerce sólido de futura qualificação e real caminho para a liberdade de escolha pessoal.
Apontamos os dedos e afiamos as nossas línguas em acusações imediatas a qualquer um que tenha derrapado pelo caminho de suas vidas pessoais ou profissionais, mas idolatramos astros e estrelas que os mesmos fizeram, jogando por terra todas as oportunidades que lhes foram oferecidas.
Acusamos de perdida a postura dos políticos de nosso país, mas defendemos com todos os nossos recursos pessoais as falcatruas que os mesmos produzem e que de alguma forma nos beneficiam, mesmo que seja emocionalmente, pois, com eles ou através deles, obtemos alguma luz pessoal, nos tornando visíveis em um sistema em que nos sentimos, tão somente estatísticas.
Tenho orgulho de minha cidade e tudo farei para preservá-la, mas coloco na urna o meu voto para o farofeiro incompetente, o ladrão intermitente ou para o incapaz bonzinho, não esquecendo de registrar filmando ou fotografando, somente o belo, tão somente, para esconder o feio e o puído, mantendo-o na condição de esquecido.
Somos os progressistas promissores, que flamulamos bandeiras, sem nos preocupar em conhecer as suas reais histórias e, ainda, jogamos pedras naqueles que se esforçam em conta-las.
Mas somos os tais...
Mesmo estando em meio a um atraso gigantesco em todos os níveis, mantendo uma miséria assombrosa, assim como uma aterrorizante violência, não esquecendo que somos ignorantes em quase tudo, mas metidos a espertos na mesma proporção sem precedentes, pois, não somos sequer capazes de manter com dignidade e respeito nossas tradições locais e, muito menos, o solo bendito em que pisamos

quarta-feira, 13 de maio de 2020

INCOERÊNCIA



INCOERÊNCIA maior não existe ao se constatar um petista, defensor devotado do esquerdismo radical de lula e de seus companheiros, ladrões contumazes do erário público, presos e condenados inúmeras vezes, acusar qualquer político deste país de corrupto.
Quais os critérios avaliativos que possuem em suas mentes prestigiosas?
A incoerência é tão gritante que chega a doer, ainda mais, porque são defesas inflamadas, repletas de justificativas que, aos olhos e ouvidos do distraído ou do já aliciado, soam como mantras idólatras.
Ouvir um esquerdista fanático que possui qualquer maior educação formal, só resta cruzar os braço e entregar para o divino, pois, não há como argumentar com quem apenas enxerga a sua própria verdade, construída através de literaturas comunistas que floreiam e endeusam o populismo trabalhista, mas que na realidade, exaltam seus líderes e a eles tudo é permitido, pois, em suas sapiências verborreicas, são magnânimos distribuindo oferendas limitadas e de baixo valor, mas que alimentam o separatismo encruado nas almas sofridas pela pobreza e pela sempre presente miséria humana.
São adeptos de tudo que não presta, desde que a bandeira do ignóbil seja vermelha.
Já escrevi inúmeras vezes que vivíamos tempos difíceis, mas confesso que estava equivocada, pois, os tempos sempre foram difíceis, uma vez que o descaramento mesclado à arrogância humana, sistematicamente esteve presente em cores variadas, dividindo e alimentando o ódio entre as criaturas.
Até matar, mata-se em nome de Deus, amparados em escrituras absurdamente mórbidas de olho por olho, dente por dente de um Deus carrasco e manipulador, até que em dado momento, foi necessário inserir no contexto providencialmente num Novo Testamento, tendo como protagonista um certo Jesus, tão somente para amaciar as intenções e ações de uma massa ensandecida.
Percebem as manobras usadas pelos poderes em qualquer época, para agradar aos “Gregos e aos Troianos” e assim manterem a própria glória?
Somos um bando de lunáticos, isso sim...
Glórias a Deus, restando-nos dar, já que não mais é possível acreditar no que se apresenta, reservando lugar apenas para uma leve esperança de ver surgir uma humanidade menos maliciosa e bruta.

segunda-feira, 11 de maio de 2020

SEMPRE POLÍTICOS.


Eu, você e todo mundo neste planeta terra, nasce e imediatamente se torna um ativo político, buscando melhor se adaptar ao que lhe parece estranho e assustador, que é a vida.
Aprendemos por puro instinto e rapidamente a manipular todos a nossa volta, forma imediata de anunciar que estamos com fome, com alguma dor ou que por algum motivo não estamos confortáveis, preferindo sempre o colo acolhedor e quentinho da mãe, da avó ou de quem percebemos pelas vibrações amorosas que podemos manipular.
Esse é o primeiro exercício político que exercemos ao nos depararmos com luzes, sons e imagens absolutamente estranhas e, por intuição original, vamos tateando o terreno e ganhando confiança e espaço, onde possamos nos sentir mais à vontade.
Tudo muito espontaneamente natural e, a partir desta fase, tudo que fazemos e pensamos segue o mesmo caminho que é o de nos sentirmos mais confortáveis e felizes.
Percebemos muito rapidamente que precisamos de habilidade para conviver com os demais, pois, quando falhamos, o resultado é sempre desastroso, portanto, desde cedo vamos nos aperfeiçoando, tal qual o saudoso GARRICHA, com os seus famosos e inesquecíveis dribles que, infelizmente, ele não soube replicar na sua vida pessoal.
Portanto, cada um de acordo com as circunstâncias na qual se desenvolve como pessoa, vai desenvolvendo a sua forma de fazer a política da sobrevivência, trazendo ou expulsando de si, valores existentes, também de acordo com os seus interesses ou capacidade de enxergar seu próprio espaço de sobrevivência.
Então, essa retórica de que eu não sou uma pessoa política, simplesmente não existe, até mesmo naquele que se esconde e se cala, forma que encontrou de se dar bem em qualquer circunstância.
Em se tratando de política partidária, a situação é mais expressivamente complicada, pois, há uma reação imediata de quem pensa o contrário, e sempre haverá pelo menos uma banda contrária em qualquer disputa, portanto, além de ser uma pessoa política por natureza, precisa ter cojones, como falam os espanhóis, em se tratando de um enfrentamento inevitável.
Pois é, não sei explicar bem o porquê, todavia, desenvolvi desde cedo essa paixão por desmascarar a hipocrisia, sem no entanto, fazer deste desempenho um ataque pessoal seja lá para quem for, apenas, escancaro o que as demais pessoas desconhecem, desconsideram ou se fazem de inocentes para tirar algum proveito pessoal, momentâneo ou futuro.
Atenho-me invariavelmente ao cerne de todas as questões, deixando ao largo o entretanto e o finalmente, muito comuns nos relacionamentos de todas as naturezas e que, por serem hipocritamente calculados, desviam as atenções e a seriedade dos fatos, muito comum no mundo político partidário, transformando seriedade em banalismo.
Portanto, quando afirmamos que nada é pessoal, estamos usando a manipulação política, pois, não é possível denunciar-se algo impróprio de determinado cidadão que esteja comandando um posto político, sem que meçamos os efeitos desta nossa ação sobre a pessoa em questão, pois, afinal, sem a participação ativa do sujeito, não há ação que possa ser questionada.
Simples assim...

domingo, 10 de maio de 2020

UMA QUESTÃO DE COSTUME...



Acordei nesta manhã e não enxerguei novamente o sol que traz os pássaros com suas cantorias maravilhosas aos meus ouvidos, mas que pode ser desesperador para outros. Vez por outra, posso ouvir um bem-te-vi solitário que se arrisca na busca da ração, que maliciosamente deixo como sobremesa do farnel que a natureza, já o oferece.
Assim são os seres vivos em sua esmagadora maioria, pois, apesar de terem a sua disposição o banquete da vida, não satisfeitos querem mais e mais, deixando de verdadeiramente saborear com prazer o que já possui e aí, o tempo passa, o imprevisto ou previsto chega e as vezes, alguns raros se apercebem que passaram a vida buscando e encontrando muitos alimentos, mas que na realidade, não degustaram nenhum com prazer absoluto.
Que neste dia em que dedicamos as nossas reverências as mães, o fato de estarmos numa quarentena, muitas vezes longe do abraço aconchegante, possamos enviar a elas, o que de melhor a vida nos oferece, que é justo as nossas vibrações, produtoras de nossas benditas intenções, e estas, as formadoras de nossos mais autênticos sentimentos, para que estejam onde estiverem, possam nos sentir por completo.
Que a virgem Maria, no seu poder e glória, possa abastecer as energias sagradas do universo para que nos inspirem na construção de costumes comportamentais mais suaves e amenos, para que num futuro mais próximo, tenhamos uma humanidade mais amorosa e reconhecedora dos reais valores que a vida em sua grandeza, generosamente oferece.
Tudo é uma questão de costume... Aproveitemos o isolamento, transformando cada dia de enfrentamento desta pandemia, num curso intensivo de aperfeiçoamento de nós mesmos, ampliando nossa tolerância, mas acima de tudo, o respeito pelo tudo mais.
UM BOM DIA ESPECIAL PARA TODAS AS AMIGAS MÃES!!!!

quarta-feira, 6 de maio de 2020

ENTRE FALAR E ESCREVER



Estou aqui as cinco da manhã, como sempre acordadinha a 220 watts, pensando que entre um e outro, creio que calada sou mais contundente, principalmente, quando silenciosamente, fixo meu olhar no interlocutor sem a menor cerimônia e ele, compreende de pronto, o quanto, estou sendo direta na aprovação ou desaprovação de suas, geralmente bravatas.
Existem momentos em que somente os olhos são capazes de expressar tanto o extremo da aceitação, quanto o da decepção.
Escrevendo, me é possível mediar, substituindo palavras nas várias revisões, perdendo assim, consideráveis originais intenções, já falando, no afã de uma alma impulsivamente emocional, deixo emergir em certos momentos, a conclusão de minha mente sem retoques, muitas vezes radicalmente esgotada por testemunhar tantas incongruências, mas, é exatamente com o meu olhar silencioso, que meus sentimentos mais profundos se expressam, ganhando para sempre ou perdendo sem volta, inúmeros corações.
Portanto, entre um e outro, nos momentos que pressinto serem periclitantes (perigosos), opto em somente olhar, deixando através dele a minha mais pura e sincera impressão.

terça-feira, 5 de maio de 2020

INCONSEQUENTES, POR QUÊ?



De repente, todo mundo está preocupado com aqueles que precisam até mesmo dormir nas filas da Caixa Econômica, a fim de sacarem seus salvadores seiscentos reais e, também, não medem desaforos e chingamentos a estas e a todas as demais que enfrentam os ônibus, Metrôs lotados ou se colocam nas calçadas vendendo suas bugigangas, como se fossem todos uns imbecis, não é mesmo?
Leio nas redes sociais, assim como ouço nos noticiários, os espertos repórteres, médicos e especialistas condenando estas pessoas, como se as mesmas, tivessem alternativas.
Mostram propagandas de higienização das mãos com sabonetes espumantes e torneiras esmaltadas, desconsiderando que a estrondosa maioria dos brasileiros, além de não terem este hábito saudável, pois residem em casebres desumanos, muitos nem banheiro possuem e sequer, muitas vezes, tem água nas torneiras.
Estas figuras humanas que engrossam as estatísticas populacionais, não são notadas em suas mais primárias necessidades, mas de repente, precisam ter a expertise sobre como se conduzir em época de pandemia, enquanto, nós, os sabichões que tudo possuem, nos esquecemos que todos sempre sobreviveram de uma forma ou de outra a uma constante pandemia, chamada pobreza, imposta por uma sociedade hipócrita, que nada além de migalhas, sempre ofereceu a elas.
Essas criaturas estão acostumadas ao enfrentamento contínuo em suas realidades de todo tipo de mazelas que se não mata, aleija, deixando nelas a bruta marca do abandono, como eram marcados no passado os escravos, nos porões das senzalas.
São tão resilientes e absurdamente resistentes que ainda não vi ou ouvi qualquer estatística da COVID 19, no Morro do Alemão, na Rocinha, na Cidade de Deus, na favela de Higienópolis ou em qualquer outra imensa comunidade por este país afora, onde geralmente falta de tudo, principalmente, respeito dos governos e políticos bonzinhos que até garantem ter acabado com a miséria brasileira, fuleiros sempre de plantão  que insistem em não largar o osso, cujo tutano saudável, os mantém no poder de pai para filho.
Somos todos uns calhordas que nada sabemos a respeito do verdadeiramente não ter e não poder quase nada, além de dançar, cantar, beber, transar ao som dos paredões ou de qualquer trio elétrico, pois, somente nestes momentos eles se sentem existindo e ainda não podem esquecer da camisinha e da pílula?
Daí, o sucesso sempre crescente do carnaval e dos alucinados paredões, onde vão à desforra, ocupando as ruas dos guetos a que pertencem e que se sentem donos.
Portanto, CODIV 19 é pinto, se comparado à rudeza de seus cotidianos, sem que possam fazer quarentena, pois estão permanentemente entre traficantes e a polícia, o medo e a fome, com a certeza absurda de que estão absolutamente por conta própria.
Dividimos a sociedade em fatias e determinamos à cada uma, as suas rações, esperamos então o quê?
Deixemos de ser vergonhosamente hipócritas com nossas caridades pontuais, porque o que de verdade queremos é que essa gentalha não espalhe a doença e que não venha a nos infectar, e não se enganem, eles bem sabem disso.
Pois do contrário, com toda a nossa sapiência, há muito, já teríamos virado o jogo deste cassino nacional, onde de um jeito ou de outro, sempre nos damos bem, nem que seja na vaidade ignorante, mas suficientemente arrogante, para hastearmos bandeiras que sabemos ser rotas.
Porque, afinal, não somos espertos, contumazes sabichões?
Deus, onde estás que não te encontro?
Que humanidade é essa que inventastes, no afã de criar a perfeição da vida?
Falhastes feio nesta empreitada, meu pai bendito.

ESPLENDIDO GOZO

De onde surgiu o meu improviso, não sei precisar, mas, com certeza, sempre foi a minha mais autêntica realidade, custando-me em algumas ocas...