segunda-feira, 3 de novembro de 2025

“O Bordado do Tempo”

Entre agulhas e memórias,

vou alinhavando o que vivi.

Cada ponto é uma história,

cada linha, um “ainda estou aqui”.

Nas tramas que o tempo tece,

há fios de dor, fios de alegria.

Uns desbotam, outros enaltecem

o pano cru da poesia.

Furei meus dedos sem medo,

chorei nas horas de engano.

Mas do sangue fiz enredo,

e do erro o meu plano.

Não uso dedais de proteção,

prefiro sentir o que é real.

O toque, o risco, a imperfeição,

dão forma ao meu bordado final.

E quando olho o que costurei,

vejo o mapa da minha essência:

não há linha que eu não amei,

nem ponto sem resistência.

Regina Carvalho- 3.11.2025 Tubarão SC



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