Entre agulhas e memórias,
vou alinhavando o que vivi.
Cada ponto é uma história,
cada linha, um “ainda estou aqui”.
Nas tramas que o tempo tece,
há fios de dor, fios de alegria.
Uns desbotam, outros enaltecem
o pano cru da poesia.
Furei meus dedos sem medo,
chorei nas horas de engano.
Mas do sangue fiz enredo,
e do erro o meu plano.
Não uso dedais de proteção,
prefiro sentir o que é real.
O toque, o risco, a imperfeição,
dão forma ao meu bordado final.
E quando olho o que costurei,
vejo o mapa da minha essência:
não há linha que eu não amei,
nem ponto sem resistência.
Regina Carvalho- 3.11.2025 Tubarão SC

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