Acordei a pensar nas delícias já vivenciadas, podendo senti-las ainda frescas na memória, deixando-me degustá-las vivas na mente e saborosas nas minhas papilas gustativas.
Observo que, quando recordo um momento especial, a minha boca se umedece, como se algo delicioso eu estivesse provando num repeteco fascinante de vida e paixão.
O dedilhar do piano a executar Chopin integra-se misteriosamente às minhas lembranças, fazendo desabrochar a preciosa vida que ainda pauta os meus instantes presentes, transformando cada um deles numa incrível e deliciosa continuidade.
Como não ser feliz?
Como não crer que Deus habita em mim?
Como não absorver a vida numa única visão, onde a criação me abraça, me beija e me consola, transformando os meus segundos em sorrisos e gratidão?
Ainda estou por aqui e absolutamente certa de que nunca sairei, enquanto houver uma só pessoa que dos meus escritos se lembre, uma só pessoa que possa ter absorvido a vida como elixir da única certeza, mais real do que a própria morte que é a de se sentir vivo.
Vivo no respirar, no sentir, no querer, no amar...
Ah! como eu amei...
Ah! como eu ainda amo...
Bom dia, para você que me lê, repleto apenas de vida, onde, então, tudo é possível...
Regina Carvalho – 29.11.2025 – Tubarão, SC
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