Independentemente do motivo, conflitos emocionais nunca são um caminho saudável nem resolvem nada rapidamente. Pelo contrário: atrasam qualquer solução e criam um desgaste interno profundo, gerando energias danosas para todos os envolvidos, direta ou indiretamente.
Nada justifica a ruptura brusca de um relacionamento, sobretudo o amoroso. Ainda assim, é o que mais vemos: separações que chegam ao extremo, deixando feridas profundas e, por vezes, irreparáveis.
Existem caminhos sensatos para resolver pendências, onde o bom senso assume o comando. Aceitar a perda já é difícil por si só, por que sobrecarregar ainda mais esse processo? Um bom acordo será sempre melhor do que um conflito prolongado, até porque a vida segue, e ninguém merece perder mais do que já perdeu. Foi bom, mas há muito já não era. Nada termina de um dia para o outro.
Neste turbilhão de emoções, a perda chama o orgulho; o orgulho desperta a raiva; e ambas desenterram mágoas que, potencializadas, se disfarçam de vingança. E assim se joga fora tudo o que um dia foi bonito e que deveria servir, no mínimo, como um bálsamo de gratidão.
Quando um relacionamento acaba, não há um único culpado. Antes do fim da emoção, já tinham terminado a tolerância, a compreensão e, muitas vezes, o respeito, desgastados lentamente no convívio diário.
Na separação, o sentimento de posse assume o protagonismo, travestido de dor, quando na verdade é a vaidade frustrada que aciona um cabo de guerra inútil, que fere, adoece e até pode destruir.
“A separação revela menos sobre o fim e mais sobre quem realmente somos.”
A razão é simples e dura: deixe ir o que já não tem volta.
Regina Carvalho — 24.11.2025, Tubarão – SC

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