Acordei poeta, inspirada pelo amor e pela gratidão por esta bendita terra, que resgatou e deixou florescer, o melhor de mim.
Não nasci em ti, minha sempre querida Itaparica,
mas foi nos últimos vinte e três anos que comecei a viver e a sentir de verdade.
Deixei de ser só mais um rosto,
mais um número numa cidade qualquer…
para desabrochar em ti.
Fui Regina, firme, polemica e sempre presente na “Rádio Tupinambá”,
voz que ecoava entre ondas e emoções,
assim, como nas páginas do “Variedades”,
tecendo histórias, sentimentos, verdades.
Fui Regina da rádio nos encontros de alma,
e Regininha ou Regi
nos aconchegos que a vida me ofereceu
em forma de gente boa,
de laços fraternos.
Itaparica foi mais que paraíso,
foi casa, colo, chão fértil, foi paz em minha Ponta de Areia com seus pássaros e borboletas, foi paixão, foi vida plena.
Em ti, o amor e a amizade
deixaram de ser coisas separadas.
Fundiram-se num só sentimento,
tão quente quanto o teu sol
e tão apaixonante, quanto o teu mar.
Agora parto.
Mas não inteira.
Deixo-te os meus sorrisos, lutas, escritos e afetos,
fragmentos do meu amor e gratidão
em cada grão de areia destas praias, ruas, becos e calçadas.
Levo-te comigo, Itaparica,
muito além da memória,
levo-te na pele, nos aromas e nos sabores que sorvi de ti,
Levo-te na alma e mesmo longe,
quando chamarem por mim,
saberei que responderá àquela
que foi moldada com respeito e amor.
Obrigada por tudo...
Regina Carvalho- 18.7.2025 Itaparica
Olhar e sorriso gaiatos da carioca que ousou e conseguiu o seu paraíso terreno.

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