...acompanhada de um fim de tarde melancólico, afinal, jamais gostei de despedidas, no entanto, esta, se apresenta lenta, arrastando-se por todos os meus sentimentos, despertando lembranças, apertado o peito, confundindo a mente, sem sequer, uma só lágrima deixar rolar.
Nem bom e nem ruim, apenas diferente...
Meus olhos, fixam o jardim meio que inertes, penso nas muitas inspirações, no imenso companheirismo, no bendito repouso à minha mente fértil, muitas vezes confusa, afoita e destemida.
O tempo passou, sem que eu me desse conta, apenas vivi, sorvendo das provisões que me foram oferecidas, fossem migalhas ou rico farnel.
Olho no espelho buscando o que ainda resta da garota faceira, moleca atrevida e tudo que vejo nele refletido é a expressão da apatia, defesa encontrada para não chorar o rio de lágrimas que se avoluma em mim, diante de um novo recomeço nesta jornada de vida e liberdade, página sendo virada, um novo roteiro esperando para ser escrito com diferentes cenários, variados figurinos e personagens e eu, aqui querendo, mas sem ânimo para abrir as comportas das minhas emoções, deixando jorrar o disfarçado medo que sinto para começar a escreve-lo.
Penso como um rio caudaloso e até, confesso invejo, mas só em determinados momentos, como os de agora, na premência de uma nova história, daquelas criaturas fechadas em seus universos vivenciais, sem surpresas e novidades, deixando suas águas, deslizarem em torno de si, como lagos serenos. Serão?
Talvez sim, talvez não...
Nunca saberei, já que na inquietude de minhas águas, deslizo entre os seixos, ora fecundando o solo, ora dando incansável de beber a natureza.
Neste momento, preciso de uma mão mergulhada em mim, então, escrevo, movendo os dedos, como se com eles, me fizesse cafunés.
Regina Carvalho- 4.7.2025 Itaparica
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