Em dado momento, meu Roberto e eu, paramos de correr, pois, percebemos instigados pelas circunstancias na época que éramos dois robôs programados, já que vivíamos correndo e repetindo condutas que nos roubavam o direito de simplesmente viver, já que como a maioria, justificávamos a nossa afobação com a velha expressão: “Não tenho tempo”. E aí, acordávamos mecanicamente (quando conseguíamos dormir serenamente) ou com o despertador, tomávamos o café, sem saboreá-lo devidamente, saíamos para trabalhar e etc., repetindo como papagaios e nos achando os “fodas”; “não tendo tempo”.
Será que não tínhamos?
A verdade é que o tempo estava lá, nos convidando a senti-lo, a gente é que não o via como único em seus instantes. Todo dia, ele passava igual: 24 horas, 1.440 minutos, 86.400 segundos. O problema não estava nele, mas no que fazíamos com ele. A gente tratava o tempo como se fosse descartável, como se ele fosse voltar mais tarde, com calma. Mas ele não voltava...
Quando colocamos conscientemente o pé no freio desta “corrida maluca” um mundo de surpreendentes sensações nos invadiu deliciosamente, lembrando-nos a cada momento que ele, o tempo era na verdade, a medida mais exata da nossa existência, não podendo ser guardado, trocado ou estocado e que cada segundo nada mais era, que a impressão digital “do agora”, uma prova irrefutável de que estávamos ou deveríamos estar vivos. Entao, colocamos o pé no freio, mudamos a marcha e passamos a sentir a vida se deleitando através de nós, justo, porque passamos a caminhar ao invés de correr, bem coladinhos ao tempo que por ter espaço livre em nossas vidas, finalmente, passou a nos oferecer maravilhas, dantes sequer observadas. Uma delas, foi Itaparica e seus encantos.
Quantas vezes deixamos para depois aquela conversa, aquele abraço, aquele passeio? Quantas vezes, adiamos o que com certeza nos deixaria sentir a vida pulsando em nós, pensando; “agora não dá”?
Fomos constatando que valorizar o tempo era, talvez, o mais puro ato de amor por nós e pelos outros. Era olhar o agora com olhos inteiros, entendendo que estar ali, naquele exato instante, já era um privilégio imenso. Que viver era mais do que passar pelas horas e sim, preenchê-la de sentido.
O tempo não é só o que marca o relógio. Ele é prova de que estamos aqui, vivos, presentes. Só que em vez de vivê-lo, a gente o ocupa, enchendo-o com coisas, mas deixando de lado o essencial: estar com quem se ama, fazer o que realmente importa, respirar com intenção.
E, no fim, o que fica?
Não são as notificações, as conquistas materiais nem os compromissos. Ficam os momentos que soubemos saborear, mesmo que breves.
Valorizar o tempo é uma revolução íntima. É parar no meio do caos e dizer: "Este momento é meu. E vale a pena."
Então, hoje, experimenta dar atenção ao “agora”. Nem que seja por cinco minutos. Respirando fundo, vivendo com presença.
Com certeza, o tempo agradecerá e suas emoções, tambem!
Regina Carvalho- 16.7.2025 Itaparica
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