terça-feira, 1 de novembro de 2022

BENDITO ESCAPE

Nesta terça-feira, ainda bem cedinho como de meu costume, cá estou diante do notebook com os dedos um pouco endurecidos, pois, o frio desde ontem está de rachar e, para disfarçar a chatice que sinto, coloco música e a ouço com o fone de ouvido para não acordar os demais, todavia, só poderia ser uma música executada por um espetacular saxofone, paixão desde meus tempos de adolescente, quando ouvi e logo, chamou a minha atenção.

Em todas as vezes que me aporrinho com algo ou alguém,  me vem na mente a imagem fascinante daquele homem de smoking,  que veio se aproximando lentamente, tocando e serpenteando as mesas do salão do então, requintado hotel Quitandinha de Petrópolis, enquanto todos jantavam, menos eu que parei extasiada com a belíssima sonoridade que adentrou sem pedir licença em mim e até hoje, me encanta.


Esta e tantas outras lembranças, minha mente solidariamente generosa resgata, quando percebe que meu todo se abalou, sem que eu tivesse tido tempo ou por estar descuidada, não impedi.

Pois é, foi assim que despertei...

Aos poucos ao som deste saxofone divinamente suave, sinto que a cada modulação dos sopros das notas melódicas, a fabulosa parceira paz vem retornando, permitindo que sua serenidade me abrace, fazendo com que o tudo mais que tenha me abalado, se dissolva lentamente...

Esse processo não é mágico, apenas um exercício de carinho cognitivo que estimula os meus sentidos a atuarem a meu favor, expulsando tudo quanto, a minha viciosa distração permitiu que adentrasse, abalando-me sem piedades.

E se atua em mim vigorosamente, com certeza, atuará em qualquer pessoa que se disponha a dialogar consigo, num restaurador convívio amoroso.

Experimente tentar...

Busque na memória uma música, um momento, um lugar, uma pessoa que só te traz felicidades, transformando em sua varinha mágica de escape deste sistema “Filho da Puta” que quando não mata lentamente, aleija dificultando por demais o apenas viver.

Psiu do Regina, que é isso?

Pronto, deixei escapulir o que a minha desbocada mente sempre assopra em meus ouvidos, quando, me vejo diante do assustadoramente imponderável.

Desculpem, mas um palavrão aqui, outro ali e acolá, também ajuda bastante neste processo de manutenção do equilíbrio, da razão e do amor.

E não me venham com o hipócrita discurso psicológico que extravasar não condiz com o equilíbrio, pois, eu garanto que é um alívio, quando nos deparamos com a afronta brutal da sacanagem humana.

Bom dia e que a música esteja de alguma forma, transformando seu dia, numa sucessão de momentos de paz.

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