Eita, preguiça da “gota serena” que não me deixou levantar no horário de costume, retendo-me na cama quentinha, enquanto minha mente filtrava entre os muitos assuntos que brotavam, um que fosse o ideal para este amanhecer tranquilo, bem menos friorento que os dias anteriores e me deixando apreciar através da janela, o solzinho fraco, mas abusado que se deitava sobre o peitoril, tentando, mas ainda sem forças para invadir o quarto.
Infelizmente sozinha, pois gostaria mesmo é de estar quentinha, curtindo o corpo sempre acolhedor do meu Roberto, penso então, que contemplação sempre esteve presente no meu cotidiano e que este hábito começou ainda muito criança no terraço do apartamento da Barão da Torre em que, deitada no chão e de braços abertos, fitava o sol, deixando-o me abraçar por completo, hábito que trago comigo até hoje, afinal, deitada ou de pé, não dispenso jamais esses calorosos abraços que transformei em modelos para os infinitos abraços que dei e recebi em minha vida.
Abraços que gosto de dizer que foram definitivos quanto a fortalecerem uma força amorosa, que além de me estruturarem como uma pessoa essencialmente apaixonada pela vida, ainda me induziram a ser uma tenaz contempladora do belo e do que verdadeiramente, vale tanto, quanto o sol.
Então, nesta manhã gostosa de sexta-feira, longe de minha casa e de meu jardim, ouvindo pássaros diferentes e mesmo não tendo diante de mim, a adorável mangueira que já deve estar cacheada, ainda sou capaz de encontrar o tudo de belo que pensara ter deixado por lá, levando-me a deduzir que o belo está na força amorosa que nossa alma é capaz de imprimir em nossos olhares.
Simples assim...
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