O final do ano está com pressa de chegar e como ocorre sistematicamente, morrem personalidades, o Serasa faz mutirão para que os devedores possam limpar seus nomes, a Black Friday é implantada para que novamente se compre o que não se tem real condição, todavia, as vitrines se colorem e os shoppings se adornam, apenas para seduzirem.
Esse é um comportamento midiático que induz a uma postura emocional que estimula a esperança de que está ou ficará tudo bem...
Na realidade, tudo não passa de um adendo anual que a felicidade toma como empréstimo por tempo determinado, afinal, logo em seguida, janeiro se apresenta trazendo a dura realidade das contas a pagar, desde o material escolar, o IPVA, IPTU e por aí vai, sem esquecer daqueles carnês e boletos do cartão de crédito que impiedosos fazem com que as preocupações se tornem protagonistas , afinal, de onde sairá os necessários recursos para honrar a tantos compromissos, já que o salário continua o mesmo, assim como as necessidades prioritárias...
Ciclo comercial cruel e escravagista, mas que se não existisse, provavelmente a criatura humana não encontraria razão para a viver, já que vazio de propósitos mais producentes, agarra-se como naufrago nas velhas e repetidas tábuas de salvação, esquecendo-se dos abraços, dos beijos, dos olhares carinhosos, dos sorrisos fraternos, reais e amorosos presentes que agregam e libertam da terrível solidão existencial que o domina e aos que imagina estar agradando.
De repente, neste instante escrevendo como o fiz por toda a minha vida, numa busca constante de absorver o maior número de conhecimentos sobre as emoções humanas, começando pelas minhas, reconheço que a constelação é um universo absolutamente a parte para ser compreendido numa única vida e, então, sorrio diante da minha ousadia em achar que sei alguma coisa...
Tudo que realmente aprendi nesta minha longa caminhada é o que eu, não quero sentir ou fazer, o que já é, um bom começo...
Mas estarei no caminho ideal ou apenas, ando numa das infinitas outras vias da contramão sistêmica?
Que mulherzinha esquisita ...
Simplesmente, sinto-me repleta de esperanças quando penso no próximo janeiro sem ter que fingir que não sei das surpresas desagradáveis e do “tira tesão” que ele pode representar...
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