E AÍ, ouço em uma conversa informal com uma vizinha daqui do sul:
Por que estudar tanto, nesta altura de sua vida?
Sorri e respondi lembrando do Professor Marcelo que há dez anos atrás em sala de aula ( estudava filosofia), fez-me a mesma pergunta, argumentando inclusive, que dentro das perspectivas brasileiras, eu teria mais ou menos de 10 a quinze anos de sobrevida, pois, na cabeça dele, eu já estava descendo a ladeira para um fim de linha.
Então, respondi para ela, o que respondi para ele:
Apesar de saber, não tenho paciência para movimentos repetitivos, como tecer crochê ou tricô, detesto andar pela rua sem um propósito determinado e muito menos, tenho grupo de amiguinhas para conversar sobre a vida alheia, então, faço o que gosto, estudo para chegar no céu ou no inferno, mais bem letrada.
Dez anos se passaram e cá estou eu, entre os clássicos, sem qualquer indício de que estou para morrer, se bem que vez por outra, a máquina emperre como um burro xucro, mas logo se apruma sob a inspiração de uma força estranha, mas real deste alguém, meio estranha e meio louca, que insiste em ser feliz, fazendo tão somente o que gosta.
Quem sabe se para onde eu for, existirá uma plateia para me ouvir discorrer sobre Platão, Sócrates, Immanuel Kant, Rousseau e tantos outros, que nesta vida me encantaram?
Pois, é...
Afinal, quem disse que há um tempo determinado para se aprender um pouco mais sobre as maravilhas que uma mente humana é capaz de produzir?
OBS: Antes que alguém diga que escrevi errado a palavra xucro, deixo aqui a explicação:
"As palavras chucro e xucro existem na língua portuguesa e estão corretas. São formas gráficas variantes."
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