Como uma das muitas borboletas com quais convivi desde a minha infância, neste início de noite, recolhida em meu cantinho improvisado, fecho os olhos e alço voo, num bater de asas apressado, querendo chegar rapidinho para o único destino, que meu coração reconhece como seu.
Como borboleta, adentro onde quero, pouso aonde sinto prazer de estar e circulo fazendo um leve ventinho no pé do ouvido dos meus amores, que por lá deixei, e sorridente, posso vê-los balançando a cabeça, crendo ser apenas um inseto, mas sou eu, apenas matando a saudade.
Voo então, para a minha praia, que agora deserta, só a mim pertence, permitindo-me voos que de tão rasantes, posso sentir as gotículas do mar morninho, que as mansas marolas provocam.
Pouso em conchas que adornam as areia e fico respirando aquele cheirinho de maresia, tão envolventemente meu, que me transporta ao céu estrelado, de onde posso inclusive enxergar-me, apaixonadamente, saciando minhas saudades, que faz doer cada filamento de meu frágil corpo de apenas, uma borboleta dourada.
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