VEZ POR
OUTRA, o assunto da unificação dos municípios
de Itaparica e Vera Cruz vem à tona, numa discussão, para mim, absolutamente
desnecessária frente à infinidade de problemas que nos assolam e que,
notoriamente, somos incapazes de resolver, aliás, sequer somos capazes de
cobrar solução que não seja de forma atabalhoada e geralmente com cunho de
rivalidade política.
Melhor seria
se nos concentrássemos em nossas mazelas territoriais, buscando parceria com
nossos vizinhos para juntos encontrarmos soluções que pudessem vir a alivia-las.
Somos
cidades sem saneamento básico na maioria das residências, sequer conseguimos,
em décadas, calçar ruas e avenidas, nossas escolas estão anos luz de uma
educação diferenciada da fraqueza encontrada no restante do país, nossa saúde é
capenga, porque nunca foi prioridade para nossos governantes, nossa segurança é
piada se pensarmos no efetivo da Polícia Militar e na inoperância constante da
Polícia Civil.
Ora bolas,
até 01/01/2017, Vera Cruz estava jogada as baratas em um abandono desumano e
nossa Itaparica marcava passo sem sair do lugar, além da educação que mostrava
avanços tímidos, mas relevantes, se pensarmos no verdadeiro caos em que foi
encontrada; e, assim de repente, ficamos também reféns da inveja e de segundas
intenções de grupos políticos e passamos a alimentar a ideia de união, como se
fosse um processo fácil e solução para a falta de respeito que temos por nós e
por nossas vidas, quando votamos no inadequado, fazendo dele salvador de uma
guerra social, onde todos nós somos responsáveis.
Foquemos no
espaço que nos pertence e façamos dele a nossa prioridade, unindo-nos aos
nossos vizinhos, amigos e parentes, numa corrente do bem, para que de uma vez
por todas, a música toque a nosso favor, levando através da pressão popular os
nossos políticos tomarem tenência e encararem com mais responsabilidade a
divisão dos recursos que adentram nos cofres públicos, levando-os a saírem de
seus cômodos postos de gestores da pobreza,
da vergonha administrativa e das históricas incompetências.
Enquanto, agredirmos
ou aplaudirmos sem qualquer consciência do que seja bem comum, estaremos
perdendo o nosso tempo e consequente vida com firulas e nada mais.
Enquanto os
líderes políticos só pensarem em suas candidaturas e discursos de palanque e
nos deixarem sem lideranças por longos e intermináveis anos de mazelas,
estaremos trocando seis por meia dúzia e deveremos, então, guardar a viola no
saco e aceitarmos o fato de que somos mais incompetentes que os incompetentes
que elegemos e que nosso destino é o de ser babacas de plantão.
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