Pois é, estamos no século vinte e um, o homem
já foi à lua há exatos cinquenta anos, o muro de Berlim foi derrubado, a Aids
foi controlada, o mundo se globalizou através da internet, mas a criatura
humana continua dura no entendimento de si mesma e do tudo mais, mesmo
ostentando uma mente brilhante para as artes, ciências e tecnologia.
Se
observarmos o nosso país, aí é que o bicho pega, pois estamos anos luz de
atraso se comparado a outros países, bem mais pobres de riquezas naturais, bem
menores em seus territórios, bem mais complicados nos seus sistemas climáticos.
A grosso
modo, possuímos tudo que os demais ambicionam possuir, até mesmo os belos
contornos das mulheres brasileiras, isso sem falar de nossa rica Amazônia, das
nossas praias que mais lindas não há, das infinitas riquezas minerais, da
fartura do petróleo e de tantos outros produtos disponíveis, que no frigir dos
ovos, pouco tem servido para melhorar as condições reais de vida da maioria dos
cidadãos, principalmente em se tratando de saúde, educação, segurança e
saneamento básico.
Penso, então,
no quanto fomos anestesiados pela inserção da ignorância sistêmica ao longo
destes quinhentos e poucos anos, absorvendo os valores dos invasores, dogmas
religiosos, assim como mais adiante absorvemos a dor e a humilhação oriundas da
escravatura, criando um tipo estranho de pensar que só Freud para explicar,
transformando-nos em eternos submissos dos poderes, seja lá quais forem.
E aí, não
fica difícil de entender, aplaudir e votar em políticos ladrões e até
condenados, crendo que é justo pelos benefícios que um dia foram oferecidos por
eles, pois de pão adormecido e festas de senzala, nossas raízes foram se
reforçando e desvirtuando a lógica de uma igualdade humana, bem distinta da
econômica, mas que preserva um mínimo de direitos sociais.
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