Pois é, esta
é uma boa pergunta, afinal, se formos pensar utilizando a lógica como atuante
principal, chegaremos à conclusão que o envelhecimento só presta na medida em
que alguns de nós evoluem em seu campo mental de entendimento e vai se tornando
mais esclarecido em relação ao seu papel no mundo, assim como o dos demais.
O doloroso é
quando precisamos reconhecer nossas próprias inadequações vivenciais e é justo
neste processo inicial, capaz de abrir espaço para os demais, que a maioria
breca e se acomoda, seja como um ser que se decrépita rapidamente ou busca a
fuga do retrocesso, não aceitando o inevitável.
O ponto somatório
de equilíbrio das experiências vividas com a constatação crítica de sua atuação
em suas variantes, transforma a criatura humana no seu processo de
envelhecimento num ser capaz de enxergar sem nuvens de camuflagem, suas e todas
as demais situações que se apresentarem de forma mais lúcida, o que lhe confere
graças à vaidade que lhe caracteriza nas sociedades de convívio sistêmico o
título humano de “Homem Sábio”, mas que na realidade é tão
somente uma capacidade oferecida a todos de apenas não desperdiçar os
aprendizados adquiridos, trazendo e adaptando para o aqui agora, como
parâmetros que facilitam qualquer avaliação e garantem uma conclusão bem mais
próxima do adequado ou não.
Porque no
mais, a velhice, sem os apelos comerciais que a enaltece sempre com a finalidade
de extorqui-la, é uma decadência completa, pois vai limitando e
descaracterizando o físico de forma devastadora, o que, sem máscaras do
politicamente correto, torna-se um entrave constante, além de um sinalizador
fiel e certeiro de que a vida está em seu curso de encerramento.
Lidar
saudavelmente com este processo, com certeza é um desafio, só comparado à
adolescência, onde um turbilhão de alterações hormonais atua no processo
evolutivo mental, sem que haja, como no caso da velhice, o amparo das
experiências vividas como parâmetros de apoio.
Ou seja, por
todo o tempo, a capacidade mental de raciocínio baseado na lógica está presente
e é preciso transformá-la em parceira amiga, não desperdiçando este atributo
natural que não enruga, se fragiliza ou se deteriora, caso seja devidamente
exercitada a partir de suas primeiras e fundamentais atuações, que acontecem
ainda no ventre gerador.
Esse é um
tema longo e interminável de buscas de entendimento cognitivo, provavelmente,
enfadonho para a maioria, ainda mais em redes sociais, mas determinante como
esclarecimento gradativo do percurso existencial que não culmina com o
fenecimento da matéria.
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