quinta-feira, 28 de junho de 2018

ENVELHECER, PARA QUÊ?


Pois é, esta é uma boa pergunta, afinal, se formos pensar utilizando a lógica como atuante principal, chegaremos à conclusão que o envelhecimento só presta na medida em que alguns de nós evoluem em seu campo mental de entendimento e vai se tornando mais esclarecido em relação ao seu papel no mundo, assim como o dos demais.
O doloroso é quando precisamos reconhecer nossas próprias inadequações vivenciais e é justo neste processo inicial, capaz de abrir espaço para os demais, que a maioria breca e se acomoda, seja como um ser que se decrépita rapidamente ou busca a fuga do retrocesso, não aceitando o inevitável.
O ponto somatório de equilíbrio das experiências vividas com a constatação crítica de sua atuação em suas variantes, transforma a criatura humana no seu processo de envelhecimento num ser capaz de enxergar sem nuvens de camuflagem, suas e todas as demais situações que se apresentarem de forma mais lúcida, o que lhe confere graças à vaidade que lhe caracteriza nas sociedades de convívio sistêmico o título humano de  “Homem Sábio”, mas que na realidade é tão somente uma capacidade oferecida a todos de apenas não desperdiçar os aprendizados adquiridos, trazendo e adaptando para o aqui agora, como parâmetros que facilitam qualquer avaliação e garantem uma conclusão bem mais próxima do adequado ou não.
Porque no mais, a velhice, sem os apelos comerciais que a enaltece sempre com a finalidade de extorqui-la, é uma decadência completa, pois vai limitando e descaracterizando o físico de forma devastadora, o que, sem máscaras do politicamente correto, torna-se um entrave constante, além de um sinalizador fiel e certeiro de que a vida está em seu curso de encerramento.
Lidar saudavelmente com este processo, com certeza é um desafio, só comparado à adolescência, onde um turbilhão de alterações hormonais atua no processo evolutivo mental, sem que haja, como no caso da velhice, o amparo das experiências vividas como parâmetros de apoio.
Ou seja, por todo o tempo, a capacidade mental de raciocínio baseado na lógica está presente e é preciso transformá-la em parceira amiga, não desperdiçando este atributo natural que não enruga, se fragiliza ou se deteriora, caso seja devidamente exercitada a partir de suas primeiras e fundamentais atuações, que acontecem ainda no ventre gerador.
Esse é um tema longo e interminável de buscas de entendimento cognitivo, provavelmente, enfadonho para a maioria, ainda mais em redes sociais, mas determinante como esclarecimento gradativo do percurso existencial que não culmina com o fenecimento da matéria.

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