Este ano, as
comemorações foram fragmentadas pelo medo que assola a todos nós em nossas
cidades, umas mais outras menos, mas todas, indiscutivelmente, tomadas pela
violência, fazendo de cada cidadão brasileiro um refém e sempre vítima de um
sistema de força e poder, que se desenvolveu e se fortaleceu na medida em que a
UNIÃO DOS ESTADOS BRASILEIROS se enfraqueceu através da corrupção que, como
cupim, corroendo até mesmo as cascas de suas instituições, que não foram
poupadas.
Penso, então,
que tudo nesta vida tem no mínimo dois lados, o bom e o ruim, e neste caso, e
em tantos outros, talvez sirva de resgate ao bendito convívio de famílias e
amigos nas ruas e nas comunidades, fazendo aflorar doridamente uma fraternidade
que há muito se perdeu.
Quem sabe se
a moda pega e voltemos a olhar nos olhos uns dos outros, fazendo da convivência
passos seguros de aprendizado, abrindo espaço nas nossas vidas e em nossas
consciências da importância do outro, encontrando nele as diferenças que nos
completam e no tudo mais de belo e importante que a vida oferece, aquele DEUS
que se perdeu e que buscamos compulsivamente nas igrejas, templos, sinagogas e
terreiros, sem qualquer maior entendimento de como conviver até mesmo com ele
em nós.
Amei ver as
ruas enfeitadas e as fogueiras acesas, vizinhos unidos, assando milho e batata
doce de uma harmonia há muito abalada.
Neste São
João, o milagre aconteceu, através do medo e da insegurança que nos aproximou e
juntos, mesmo sem perceber, viramos a primeira página da indiferença social.
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