segunda-feira, 25 de junho de 2018

SÃO JOÃO, CADÊ VOCÊ?


Este ano, as comemorações foram fragmentadas pelo medo que assola a todos nós em nossas cidades, umas mais outras menos, mas todas, indiscutivelmente, tomadas pela violência, fazendo de cada cidadão brasileiro um refém e sempre vítima de um sistema de força e poder, que se desenvolveu e se fortaleceu na medida em que a UNIÃO DOS ESTADOS BRASILEIROS se enfraqueceu através da corrupção que, como cupim, corroendo até mesmo as cascas de suas instituições, que não foram poupadas.
Penso, então, que tudo nesta vida tem no mínimo dois lados, o bom e o ruim, e neste caso, e em tantos outros, talvez sirva de resgate ao bendito convívio de famílias e amigos nas ruas e nas comunidades, fazendo aflorar doridamente uma fraternidade que há muito se perdeu.
Quem sabe se a moda pega e voltemos a olhar nos olhos uns dos outros, fazendo da convivência passos seguros de aprendizado, abrindo espaço nas nossas vidas e em nossas consciências da importância do outro, encontrando nele as diferenças que nos completam e no tudo mais de belo e importante que a vida oferece, aquele DEUS que se perdeu e que buscamos compulsivamente nas igrejas, templos, sinagogas e terreiros, sem qualquer maior entendimento de como conviver até mesmo com ele em nós.
Amei ver as ruas enfeitadas e as fogueiras acesas, vizinhos unidos, assando milho e batata doce de uma harmonia há muito abalada.
Neste São João, o milagre aconteceu, através do medo e da insegurança que nos aproximou e juntos, mesmo sem perceber, viramos a primeira página da indiferença social.

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