LIBERDADE, ainda que tardia...

Acordei tendo a sensação de não ter dormido, afinal, sonhei que escrevia compulsivamente sobre nós, mulheres a noite toda, todavia, bem sei que foi um breve sonho com a intensidade emocional que se estende até agora, em que tento relembra-lo em detalhes, o que me será impossível, então, registro fleches.

Creio que o sonho, nada mais foi que a continuidade do filme que me esforcei em assistir devido ao horário avançado, sobre a vida sofrida da cantora norte-americana ARETHA FRANKLIN" reconhecida internacionalmente como uma das principais vozes do Soul, Blues e do gospel do século XX.

BENDITAS GERAÇÕES

...repletas de ultrapassados comportamentos e costumes, que fui assistindo e até mesmo, colaborando dentro de minhas limitações de todas as ordens, a alterar.

Benditas gerações que há algum tempo vem se despedindo, cada vez mais rápido acenado um adeus solene, deixando enlutadas as famílias, as cidades, as artes e a cultura brasileira. 

Benditas gerações das mais pioneiras mudanças de hábitos e costumes, usando o arrojo destemido, próprio da juventude, para jogar por terra, o máximo da mofada hipocrisia que existia e insistia em empanar as mais autênticas expressões, sem, no entanto, esquecer-se da elegância, não pisando e esmigalhando inconsequentemente, valores como a ética e a decência respeitosa ao já existente.

ANIMAIS NO CIO, na Savana do inconcebível

Estou aqui refletindo o que será do meu Brasil e do mundo, já que os poetas do amor e da vida, reais mantenedores do belo, justo e valoroso de minha geração, pouco a pouco, estão se despedindo dessa expressão de vida, deixando lembranças de uma “Era” colorida e culta, amorosa e inspiradora, onde até para contestar, fazia-se poesia com refinado humor, elegância, respeito e sabedoria.

O que será que virá por aí, se o que já está aqui, aos moldes de um novo modelo de público, exalta uma apenas alienação fiduciária, penhorando o feio, o vulgar e o sem mérito?

SIMPLESMENTE ESTAR ...

Neste amanhecer ouço Vivaldi, imaginando-me num lépido caminhar numa tarde de Primavera, pisando num gramado salpicado das pétalas que o vento havia derrubado, deixando-o ainda mais aromatizado e colorido.

Sinto em cada acorde um prazer inenarrável, percebendo que o meu todo de criatura humana, experimenta o gozo supremo da felicidade em se sentir existido em um espaço não definido por portões, muros e cercas elétricas, tendo o infinito a minha disposição.

Maravilha poder sentir-me sem limites, divisórias, correntes, arreios e muito menos viseiras, numa liberdade em que só eu, posso me oferecer e usufruir...

Bendita noção de espaço sem fronteiras, num simples caminhar mental, onde o ir e vir é tão somente, decidido por mim, onde o ficar e o partir, só depende do quanto, desejo usufruir do prazer do simplesmente, estar...

Regina Carvalho- 25.2.2025 Itaparica

POBRES MOÇOS indo ao inferno, a procura de luz...

Se não se ensina a criança ainda pequena, o valor de seu corpo, exaltando-o como o maior e mais completo milagre seja de Deus ou simplesmente um acaso químico da natureza, variando em crenças e valores, como esperar deste no futuro, maior compreensão sobre como o preservar, evitando tudo quanto, possa enfraquece-lo e até mesmo destruí-lo?

Pior...Como esperar que ele tenha a noção da necessidade em preservar o tudo mais que representa vida e que é fundamental para a qualidade e preservação de seu corpo e para todas as funções que este oferece?

Como correlaciona-lo à uma fração poderosa de um todo, onde a responsabilidade da manutenção é só dele?

PILOTO AUTOMÁTICO

Sem prévia programação, por toda a minha vida, minha mente, funcionou sem qualquer compromisso com o tudo mais, respeitando meu roteiro de viagens, independentemente de onde eu estivesse e o que esperavam de mim.

A minha sorte ou extrema atenção é que estou sempre sentada na poltrona, com cinto de segurança atrelado ao corpo, esperando a decolagem para voos surpreendentemente inéditos, afinal, os pássaros e, principalmente as borboletas, são ariscos e costumam me levar aos mais inusitados passeios.

Além das Aparências: Descobrindo o Valor Interior

Em meio à correria do dia a dia, muitas vezes somos levados a formar opiniões com base em algo tão imediato quanto a aparência. Mas, e se olhássemos além do que é visível? Essa reflexão nos convida a repensar nossos julgamentos e a valorizar o que realmente importa: a essência e a singularidade de cada pessoa.

A primeira impressão pode ser sedutora, mas também é traiçoeira. Quantas vezes deixamos escapar a oportunidade de conhecer alguém de verdade, simplesmente por nos fixarmos em detalhes superficiais? Esse hábito, quase automático, pode nos impedir de criar conexões profundas e significativas. Hoje, proponho que façamos uma pausa e reflitamos: o que mais reside por trás dos olhares e sorrisos?

CHOVE LÁ FORA

...e este, bem aventurado fenômeno meteorológico, mesmo que rápido é uma atenção Divina para o meu jardim ressequido e para mim, que ora me delicio com as aragens frescas que a acompanham.

Os pássaros também estão em festa, já que estão tendo mil gotículas retidas entre os veios das folhagens e nas rasas poças do gramado.

Porém, tudo que é bom, dura pouco e ela se foi, tão rapidamente quanto chegou, abrindo espaço para o sol com aparência de inocente, mas que bem se sabe nesta época do ano, logo se tornará ardente, tal qual, amantes apaixonados, antes que a chuva fina da rotina os arrefeçam.

O que seria da vida e dos amantes, se o sol e a chuva permanecessem, sem as alternâncias para seus fortalecimentos?

Regina Carvalho- 23.2.2025 Itaparica

PRODUÇÃO INDEPENDENTE

E não é que fui desligar ainda de pijama o holofote do portão e no meio do caminho, senti finas gotículas refrescantes de chuva, o que ativou meu lobo frontal, liberando minha poção matinal de dopamina, produzindo uma poderosa dose de serotonina, fazendo com que o meu cérebro enviasse para o meu corpo uma sensação inimaginável de prazer e aí, segundos depois, voltei para dentro de casa sorrindo de pura satisfação que durou até neste instante, quando pela janela, percebo não ter apagado o holofote.

Pode uma coisa dessas, logo tão cedo, as cinco da matina?

Em que mundo te encontras, louca criatura?

O FILÉ E A LAGOSTA

Acordei nesta sexta-feira como a maioria dos brasileiros fuleiros e pobres, ensaiando em como esticar meus minguados recursos até o final do mês, quando então, por um só dia, sentir-me-ei enriquecida num misto de alegria e culpa, mas antes de tudo, dando graças a Deus por tê-los, pingados em minha conta.

Culpa, dona Regina?

Sim muita culpa tatuada em minha consciência, pelo muito que desperdicei ao longo da vida, crendo que jamais me faltaria, esquecendo do ditado que garante que, “aqui se faz, aqui se paga”, assim como; “dinheiro não aceita desaforo”.

SUCESSO- COMO MEDI-LO

Hoje me superei acordando sorrindo as três horas da manhã, depois, de dormir sete deliciosas horas.

Sorrindo do meu fracasso sistêmico, afinal, acabei jogando por terra, tudo quanto, fui induzida a buscar e enquanto, assim agia, mais e mais leve e feliz eu ia ficando.

Pode um absurdo desses? 

Confesso que nada premeditei, pelo menos conscientemente, todavia, a minha alma livre e obstinada, foi dando o seu empurrãozinho, não deixando, no entanto, que os modelos habituais do sucesso se estabelecessem, todavia, nunca os negou a mim, inclusive, deixando-me vez por outra, curti-los lambendo os lábios e declamando um contínuo amém.

NUNCA MAIS O GALO CANTOU

...nunca mais a Regina “chiou” pra valer com ou sem caneta ou microfone na mão, mas ainda assim, diariamente colocou a cabeça pra fora da janela, saudando a vida no seu despertar, tal qual, o galo do vizinho, tentando chamar atenção para os óbvios que por terem se tornado sistêmicos, poucos os reparavam e praticamente, ninguém com eles se importava.

E assim, silenciosa e recolhida, sobrou-me tempo para pensar em mim, descobrindo-me mais sagaz a cada dia deste envelhecimento, ao invés de tão somente, chiar por um sistema que inegavelmente, deixarei para traz e, egoisticamente, passei a prestar mais atenção no fato irrefreável do meu envelhecimento, que até então, passara batido. 

O que fazer com ele?

SAGAZ EDUCADORA

A sensualidade está no ar, será por causa do verão?

As borboletas visitam meu jardim durante todo o ano, mas é no verão que aparecem com maior frequência, atraídas pela coloração das flores, preferindo as plantas com flores vermelhas, rosas, amarelas ou laranjas.

Percebo que sapos, aranhas, mosquitos, moscas e vagalumes permeiam mais abundantemente o meu ou será deles, o território?

Digamos que seja nosso...

COMO UMA GAROTA QUALQUER

Como acontece todos os anos próximo ao Carnaval, de uma forma ou de outra, lá vem a memória trazendo a inesquecível GIGI DA MANGUEIRA, quem eu gostaria de ter sido na minha adolescência.

Moça branca e pertencente a classe média da zona sul carioca, Linda e exuberante desfilava pela avenida, repleta de colares, turbantes e penas coloridas, a jovem passista, dava um verdadeiro show de ritmo nos pés, não ficando devendo em nada, as mulatas cariocas, quebrando de vez, num pioneirismo abusado, o estigma de que a “branca”, não tinha molejo e não sabia dançar.

PERFUMES DA VIDA

A primeira janela que abri nesta segunda-feira foi a da cozinha, enquanto, aguardava a água ferver para então, passar o meu sagrado cafezinho e aí, precisei apoiar a cabeça na grade, como se com este gesto, eu firmasse o meu corpo que senti que iria desfalecer de tão inebriado que estava com o delicioso aroma que o invadiu, bambeando-me da cabeça aos pés.

Foram segundos absolutamente mágicos, onde de assalto, fui tomada pelo perfume da vida, não tendo tempo para mais nada, além de apoiar-me, entregando-me despudoradamente à paixão por esta vida que, simplesmente adoro.

Penso agora, com os sentidos e a mente mais equilibrados, o quanto, é precioso estar aberto para a vida, apenas, amando-a sem reservas ou cobranças, para o que dela vier, seja sempre surpreendentemente, especial.

 “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á”.

“Pois, tudo o que pede, recebe; e quem busca, acha; e ao que bate, abrir-se-lhe-á”. Mateus 7:7-8

BOM DIA!!!!

MADRUGUEI

...pensando na beleza e frescor da juventude e no quanto, através dela, nós, de outra geração podemos nos renovar, absorvendo sem querer copiar, todo o vigor que dela for possível extrair. Afinal, não podemos evitar a decadência física, mas, em contra partida, podemos renovar nossos cérebros e sentidos, assim, como as consequentes emoções, alimentando-os cuidadosamente, respeitando-os amorosamente.

Lembro da audácia que sempre me caracterizou em voltar para uma faculdade aos 60 anos, quando então, ainda não se cogitava este tipo de comportamento como estímulo de vida saudável para a terceira idade.

GOTAS DE AMOR

Fazia tempo que eu não escutava “Noturno de Chopin” adorável companheira de infinitos escritos, trazendo consigo a sonoridade da harmonia que sorrateira adentra em mim, fazendo-me relaxar os músculos e compassando meu fluxo sanguíneo, enquanto minha mente, simplesmente se transporta para outra dimensão, onde as emoções não estão contaminadas, deixando os sentimentos invioláveis.

Fecho os olhos para poder discernir os sons da música, dos pássaros, enfim da vida, podendo fascinada, também ouvir os sons que os mesmos, produzem em minha mente que por encanto vão se suavizando, chegando ao ponto máximo da leveza que de tão poderoso, é capaz de induzir-me a continuar escrevendo, como se aberto meus olhos estivessem, como se a lógica da formação da escrita, apesar de ausente, se fizesse presente, como compassos regidos por um maestro maior que chamo de paz.

ADMITINDO

ADMITINDO QUE NADA  compreendia a respeito de quase tudo, conscientização que sempre me causou constrangimento, forçando-me a buscar disfarces que me socorressem, mas neste amanhecer, os costumeiros disfarces mentais, simplesmente evaporaram, obrigando-me a encarar o meu enorme deserto cognitivo sobre tudo, menos em relação a mim, que firme como uma rocha, precisei levantar-me, fazer e tomar o meu pingado e neste instante, entre um gole e outro, ir digitando tecla a tecla a minha assustadora realidade.

Enquanto escrevo, minha mente como de costume, busca socorro com os pássaros e borboletas, todavia, ou é ainda muito cedo para estarem por aqui ou o que é mais provável, escondem-se entre galhos e pétalas, usando a escuridão no jardim para não serem descobertos pelos meus aguçados olhos, que no momento, só enxergam um vasto deserto.

VOLARE E CANTARE

Uma coisa leva a outra e nesta manhã ensolarada de um verão extremamente atípico, devido as altas temperaturas, minha primeira visão como sempre foi a do céu azul ao abrir as janelas e, como sempre lindo e aí, como se assoprasse em meus ouvidos uma doce inspiração para o texto de hoje, lá estava o mimo de meu querido amigo paulistinha Jeferson, que me enviara um vídeo, exaltando as belezas do meu Rio de Janeiro.

BENDITA REGÊNCIA

Observar-se, alimentar-se, vestir-se, banhar-se, acordar e dormir, ir e vir no dia a dia, deixou de ter a importância suprema da própria vida para se tornar uma solitária e comum rotina vivencial.

As consequências deste desatino levam a criatura humana a perder o foco de suas características próprias, em função da adaptabilidade no primarismo social.

Imagine que o cérebro é um maestro com a função bendita de reger o corpo de uma orquestra composta de inúmeros instrumentos, cada qual, com suas características e complexidades, precisando de um líder que lhes dê movimentos e funções harmoniosos, com pausas, espaços e senso de homogeneidade em meio aos demais, afim de que cada som em perfeita interação, integre-se adequadamente em suas tarefas musicais.

BONITA

...acordei com esta palavra na mente e por estar sozinha sem uma determinada e pontuada origem ou especificação, imediatamente lembrei-me da música de Gonzaguinha que adotei como meu mantra e que diz;

“Viver e não ter a vergonha

De ser feliz

Cantar, e cantar, e cantar

A beleza de ser um eterno aprendiz

Ah, meu Deus!

Eu sei, eu sei

Que a vida devia ser bem melhor

E será!

Mas isso não impede

Que eu repita

É bonita, é bonita

E é bonita”

E aí, penso que quando alguém pergunta: Tudo bem, dona Regina? 

Minha resposta é sempre a mesma e acompanhada do mais largo sorriso; estou ótima, estou viva!!!

Penso, que enquanto, eu puder sentir a vida, na sua exuberância em força e beleza, assim, como a superação dos obstáculos, detalhes que me incomodam, jamais serão empecilhos ou travas que me impeçam de amá-la e me sentir feliz.

Existe algo mais poderoso e bonito que a vida? 

Afinal, é preciso não ter vergonha de ser feliz, sentindo as batidas do próprio coração, reconhecendo que o tudo mais, pode ser apenas, uma amarga ou doce ilusão.

Regina Carvalho- 11.2.2025 Itaparica

CAMINHANDO LADO A LADO

Eu não preciso falar sobre isso, mas falo, justo porque a maioria evita falar, deixando a margem da própria consciência a sua única certeza que se encontra presente no cotidiano de todo e qualquer ser vivo que é a finitude.

No evitar falar sobre a morte, não exploramos como devemos a vida, crendo que será para sempre, deixando os instantes se perderem, sem mesmo serem devidamente notados e sentidos, como se fossem apenas atos contínuos do fato de estarmos vivendo, sem que se crie, qualquer maior intimidade afetiva.

Um instante está ligado ao ato de respirar e quem se importa com esta maravilha, afora se de repente, perceber que lhe falta ar nos pulmões?

NESTE AMANHECER

...a chuva um pouco mais forte que nas manhãs anteriores desta semana, encharcou o gramado, molhou consideravelmente as varandas, afugentou os pássaros, mas refrescou consideravelmente o calor abafado deste verão.

Enquanto, aprecio os movimentos desta natureza absurdamente danificada pela ignorância das criaturas humanas em relação a vida, como de hábito, escuto músicas, esperando que delas, surja alguma inspiração nesta minha mente que até o momento se recusa a ditar-me suas impressões, sobre qualquer assunto que meus sentidos tenham observado, neste universo de culturas, crenças e costumes diferenciados, mas, infelizmente com um ponto em comum que é justo, a estúpida arrogância em ser algoz de sua própria destruição, seja comandando massas ou obedecendo aos mais bizarros comandos.

COISINHA TÃO BONITINHA DO PAI

Despertei nesta sexta-feira, ouvindo uma música de Roberta Miranda intitulada “DENGO” enviada por um querido amigo e este, foi o estopim para que eu, não só começasse minhas funções online, como despertou minhas memórias infantis, onde o que não faltaram, foram os infinitos Dengos, oferecidos pelos meus pais, que de modos diferentes, expressavam respeito, amor, atenção e dedicação.

A menina rapa do tacho era a “coisinha mais bonitinha, principalmente do pai” que por trabalhar em outra cidade, só tinha o final de semana para satisfazer os caprichos da sua moreninha dengosa. 

Pensando hoje, reconheço que esta minha forma de ser, devo exclusivamente a eles, principalmente quanto ao prazer do toque de pele, dos abraços e cafunés, dos beijos e das palavras carinhosas que incansáveis me dirigiam, afinal, até um vigoroso “não pode ou não vai”, vinha acompanhado de um carinhoso, minha querida, minha nega ou meu amor.

HÁBITOS DESCARTÁVEIS

Pois é... Acordei pensando sobre a palestra que assisti sobre Inteligência Artificial na Educação e na Oração de São Francisco de Assis, o que em princípio, ambos nada tem a ver, no entanto, para uma cabecinha esquisita como a minha, logo fiz conexões, afinal, ambas propõem mudanças de hábitos.

Encantei-me, enquanto, ouvia a mestra explicando, não sem deixar parte do meu cérebro livre para ir fazendo avaliações, sobre o meu ponto de vista de humanista.

No final, reconhecendo o quanto sou ignorante em relação aos engajamentos progressistas, também reconheço que esta velha ferramenta que o tempo vem aperfeiçoando e que de uns tempos para cá, tem se popularizado, mais parecendo uma febre epidêmica, com certeza, desperta e atrai, até mesmo, uma senhora como eu, podendo ser irresistível para os mais jovens e é, justamente neles, que foco minhas dúvidas e redobrada atenção.

CAMUFLAGEM

 TODA CAMUFLAGEM é um abrigo seguro para o que a consciência pessoal, sobrecarregada do moral e da ética, determina não ser apropriado ou legal.

Confesso que percebo tem sido cada vez mais difícil, fingir que não estou percebendo, mas como nada tenho com isto e, mesmo que tenha, certamente nada vou mudar no contexto apresentado, na maioria das vezes, também camuflo e finjo que acredito nas malandragens travestidas de boas intenções, seriedade, honestidade e competência, isso, quando não usam Deus como escudo, não sem ainda sentir uma pontinha de raiva, afinal, ser considerada idiota, não é nada agradável.

SIMPLES ASSIM...

Tem dias em que os meus amanheceres são ainda mais espetaculares, fazendo-me chorar de emoções de alegria e gratidão, afinal, mais parecem presentes da vida que recebo recoberta de felicidade e o de hoje, chegou acrescido de duas demonstrações incríveis de pessoas que mesmo distantes espacialmente e desconhecidas uma da outra, dirigiram a mim, depoimentos pessoais, onde expressam sentimentos de carinho e gratidão, reforçando a minha certeza de que ser afortunado é bem mais que possuir bens materiais ou estar com os holofotes sociais sobre si, afinal, o tudo que conta são as intenções e ações que doamos e recebemos ao logo de nossas existências.

Lembro então, de uma certa ética que descobri fascinada existir de forma absoluta, mesmo, nada sabendo, apenas, absorvendo e processando de forma natural a natureza se expressando em suas variações que meus olhinhos de criança eram capazes de enxergar.

SEM RABOS E SENTIDOS

Como se fosse de repente, mesmo sabedora não o ser, cá estou desde as quatro da manhã diante deste notebook, tentando não escrever o que minha mente teimosa, insiste e neste duelo íntimo, fiz muitas publicações alheias, escutei variados tipos de músicas, perdi a conta de quantos olhares suplicantes dirigi ao céu,  vendo-o acordar lentamente e mesmo agora, com um sol brilhante, a mensagem cognitiva permanece inabalável enquanto eu, já exaurida, jogo a toalha no espaço livre de minha alma, finalmente vencida, abrindo espaço para que as emoções, até então, inconfessáveis se expressem, abrindo mais um cadeado que minha consciência, aprisionou, permitindo fluir em alto e bom som o meu pedido de perdão por ser assim, como sou; retraída, observadora, meio bruxa, totalmente transgressora, quase tímida, numa constante dualidade que assusta quem se aproxima.