Fazia tempo que eu não escutava “Noturno de Chopin” adorável companheira de infinitos escritos, trazendo consigo a sonoridade da harmonia que sorrateira adentra em mim, fazendo-me relaxar os músculos e compassando meu fluxo sanguíneo, enquanto minha mente, simplesmente se transporta para outra dimensão, onde as emoções não estão contaminadas, deixando os sentimentos invioláveis.
Fecho os olhos para poder discernir os sons da música, dos pássaros, enfim da vida, podendo fascinada, também ouvir os sons que os mesmos, produzem em minha mente que por encanto vão se suavizando, chegando ao ponto máximo da leveza que de tão poderoso, é capaz de induzir-me a continuar escrevendo, como se aberto meus olhos estivessem, como se a lógica da formação da escrita, apesar de ausente, se fizesse presente, como compassos regidos por um maestro maior que chamo de paz.
Retornando desta viagem cognitiva, releio o que escrevi e mais me convenço do poder da música se bem escolhida no estabelecimento do equilíbrio entre mente e corpo, restaurando novos caminhos, contaminados pelas mazelas vivenciais, que mesmo, aparentemente delas distantes, nos chegam vibracionalmente, levando-nos a sensações inexplicáveis a qualquer lógica existencial.
Ondas energéticas que nos chegam, carregadas de medos e inseguranças que disfarçamos, mas que uma vez alojada, precisa de disciplina e uma enorme vontade pessoal em delas se livrar, pois, são maldosamente resistentes, quando encontram um campo fértil para se alimentarem.
Bendita música, único antídoto capaz de induzir o desabrochar do belo e amoroso que existe sufocado em cada um de nós, induzindo-nos a enxergar os tesouros que a vida generosa tem para nos oferecer.
Mais que filosofia, já que é pratica amorosa.
Bom dia para você que me lê, com uma gota do amor que disciplinada, cultivo em mim.
Lucas 17. 20 "E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior".
Regina Carvalho- 15.2.2025 Itaparica
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