Observar-se, alimentar-se, vestir-se, banhar-se, acordar e dormir, ir e vir no dia a dia, deixou de ter a importância suprema da própria vida para se tornar uma solitária e comum rotina vivencial.
As consequências deste desatino levam a criatura humana a perder o foco de suas características próprias, em função da adaptabilidade no primarismo social.
Imagine que o cérebro é um maestro com a função bendita de reger o corpo de uma orquestra composta de inúmeros instrumentos, cada qual, com suas características e complexidades, precisando de um líder que lhes dê movimentos e funções harmoniosos, com pausas, espaços e senso de homogeneidade em meio aos demais, afim de que cada som em perfeita interação, integre-se adequadamente em suas tarefas musicais.
Portanto, a tarefa fundamental é permitir que o precioso maestro, determine os ritmos fundamentais com esmero, através dos ensaios cotidianos, afim de que, quando, as cortinas se abrirem para as funções externas, o som de cada instrumento esteja devidamente afinado e pronto para interagir sem agredir não só, a orquestra em seu todo, como o tudo mais que irá participar da apresentação.
“É preciso que saibamos reconhecer a grandeza da nossa própria orquestra, apalpando, cheirando, alisando, respeitando, desvendando cada instrumento e suas nuances que não só o diferencia, como o torna único e intransferível em suas características na completude de uma máquina perfeita, formada por uma ciência exata”.
É preciso que a “razão”, maestro talentoso, determine o “equilíbrio” para que cada instrumento se harmonize, integrando-se a orquestra de múltiplos talentos em um só som, capaz de impactar, sem, no entanto, agredir.
Regina Carvalho- 12.2.2025 Itaparica
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