segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

CAMINHANDO LADO A LADO

Eu não preciso falar sobre isso, mas falo, justo porque a maioria evita falar, deixando a margem da própria consciência a sua única certeza que se encontra presente no cotidiano de todo e qualquer ser vivo que é a finitude.

No evitar falar sobre a morte, não exploramos como devemos a vida, crendo que será para sempre, deixando os instantes se perderem, sem mesmo serem devidamente notados e sentidos, como se fossem apenas atos contínuos do fato de estarmos vivendo, sem que se crie, qualquer maior intimidade afetiva.

Um instante está ligado ao ato de respirar e quem se importa com esta maravilha, afora se de repente, perceber que lhe falta ar nos pulmões?


Percebe a importância da consciência da morte estar presente na mente de todas as criaturas, afim dela mais claramente pensar em qualquer outro assunto, principalmente, quanto a preservação do meio ambiente em que vive?

Como ensinar um ser humano o que é natureza ecológica, se esta, não for exemplificada inicialmente a partir dela? 

Afinal, a vida e a morte caminham juntas, bastando apenas um instante para que a luz se apague.

Se não compreendemos o valor dos instantes, como avaliaremos o tempo que dispomos e que inevitavelmente, desperdiçamos sem qualquer noção maior de cautela amorosa com a nossa sobrevivência, agindo como se não houvesse o amanhã e muitas vezes, literalmente, não há.

A consciência da morte, enobrece a grandeza da vida, levando-nos a dela cuidarmos com o necessário esmero, afim de que os instantes que se vive, sejam absolutamente plenos e aí, não importa qual seja, a função que venhamos a desenvolver, seja calma ou agitada, leve ou pesada, estará sempre amparada na plenitude do respeito e bem-estar da consciência dos próprios limites.

Para cada instante de vida, um outro instante, já morreu, daí a importância de se abraçar a vida, sentindo-a integralmente.

Pense nisso...

Regina Carvalho-10.02.2025 Itaparica

Nenhum comentário:

Postar um comentário

CAMINHANDO LADO A LADO

Eu não preciso falar sobre isso, mas falo, justo porque a maioria evita falar, deixando a margem da própria consciência a sua única certeza ...