domingo, 26 de julho de 2020

O TUDO E O NADA...



Pois é, desde que comecei a escrever e isso aconteceu na minha adolescência, que meus amigos queridos se preocupam com o fato de eu não buscar editar em forma de livros, como seria sistemicamente natural, toda a bagagem que fui acumulando de palavras e sentimentos.
Na verdade, escrever para mim sempre foi mais uma função física/ emocional que me mantem viva e saudável, pois, jamais fiz deste mecanismo, meios  de ganhos monetários.
Houve um tempo que no arrojo da constatação do envelhecimento e da finitude que certamente me acolheria, pensei e até, editei dois deles, no desejo louco de me eternizar ou de não ter sido apenas, mais uma passante por este mundo de meu Deus.
Mas aí, não sei bem como aconteceu, também percebi que jamais eu seria mais um número nas pesquisas do IBGE, mas sim, um ser absolutamente inteiro, palpável e deliciosamente grata por ter simplesmente existido e conseguido tocar nas mentes de seus contemporâneos, levando a eles, o gosto saudável que o fato corriqueiro do simples existir pode oferecer, se não forem levianos em relação a vida.
Então, conscientemente, passei a doar os meus escritos, fazendo de cada letra, frase ou texto, a minha mais original expressão de amor que sempre esteve presente nas minhas intenções em reação a tudo e ao todo.
Os dias, meses e anos me proporcionaram o tempo e a bendita disposição para produzir um caminho seguro, onde não sou dona de nada e ao mesmo tempo, o tudo me pertence, única e exclusivamente, porque fui aprendendo não só a dividir minhas conquistas, mas principalmente por não me fazer de rogada e receber com a alma aberta o que as pessoas, as circunstâncias, enfim, tudo quanto, o exercício da vivência trazia ou eu mesma buscava, com ou sem maiores critérios seletivos.
Portanto, quando eu me for e espero que esta passagem ainda demore muito para chegar, o que restará de mim, será tão somente, o nada e o tudo que eu em vida sempre fui.
“Sou um contexto do tudo dos infinitos momentos de êxtases que me permiti sentir”.
Afinal, a vida no seu todo é uma contínua explosão de mais e mais vida, num ciclo ininterrupto que só podemos compreender se nos permitirmos ser livres.


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