Pois é,
desde que comecei a escrever e isso aconteceu na minha adolescência, que meus
amigos queridos se preocupam com o fato de eu não buscar editar em forma de
livros, como seria sistemicamente natural, toda a bagagem que fui acumulando de
palavras e sentimentos.
Na verdade,
escrever para mim sempre foi mais uma função física/ emocional que me mantem
viva e saudável, pois, jamais fiz deste mecanismo, meios de ganhos monetários.
Houve um
tempo que no arrojo da constatação do envelhecimento e da finitude que
certamente me acolheria, pensei e até, editei dois deles, no desejo louco de me
eternizar ou de não ter sido apenas, mais uma passante por este mundo de meu
Deus.
Mas aí, não
sei bem como aconteceu, também percebi que jamais eu seria mais um número nas
pesquisas do IBGE, mas sim, um ser absolutamente inteiro, palpável e
deliciosamente grata por ter simplesmente existido e conseguido tocar nas
mentes de seus contemporâneos, levando a eles, o gosto saudável que o fato
corriqueiro do simples existir pode oferecer, se não forem levianos em relação
a vida.
Então, conscientemente,
passei a doar os meus escritos, fazendo de cada letra, frase ou texto, a minha
mais original expressão de amor que sempre esteve presente nas minhas intenções
em reação a tudo e ao todo.
Os dias,
meses e anos me proporcionaram o tempo e a bendita disposição para produzir um
caminho seguro, onde não sou dona de nada e ao mesmo tempo, o tudo me pertence,
única e exclusivamente, porque fui aprendendo não só a dividir minhas conquistas,
mas principalmente por não me fazer de rogada e receber com a alma aberta o que
as pessoas, as circunstâncias, enfim, tudo quanto, o exercício da vivência trazia
ou eu mesma buscava, com ou sem maiores critérios seletivos.
Portanto,
quando eu me for e espero que esta passagem ainda demore muito para chegar, o
que restará de mim, será tão somente, o nada e o tudo que eu em vida sempre fui.
“Sou um
contexto do tudo dos infinitos momentos de êxtases que me permiti sentir”.
Afinal, a
vida no seu todo é uma contínua explosão de mais e mais vida, num ciclo ininterrupto
que só podemos compreender se nos permitirmos ser livres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário