sexta-feira, 17 de julho de 2020

ASSEPSIA NECESSÁRIA



Uma coisa, nem sempre é igual à coisa que acreditamos que seja. E aí, fazemos avaliações fora da realidade prática, seja lá do que for.
Quando, afirmamos que um gestor não tem qualificação, isso não significa que o mesmo seja incapaz, apenas que, ele, não está preparado para o cargo, o que não tira dele méritos adquiridos em outras áreas.
O que acontece conosco, seres humanos com tendência forte ao egocentrismo, é que geralmente nos achamos capazes de tudo, e aí, na hora “H”, o nosso achismo se perde frente às realidades bem mais exigentes e aí, novamente, arrogantes também por natureza, passamos a encontrar paliativos aliados às costumeiras desculpas, única e exclusivamente para não darmos os braços a torcer.
Quando criticamos e cobramos uma gestão pública, normalmente não mensuramos a complexidade que envolve este cargo de tamanha responsabilidade, até porquê, o próprio gestor também não o fez, lançando-se na maioria das vezes às cegas, numa espécie de aventura carreirista pessoal que, se o satisfaz em inúmeros aspectos, por outro, se não representa um verdadeiro caos, pelo menos, retém um desenvolvimento para o povo e consequente cidade.
E é isso que vemos acontecer sistematicamente, afinal, pessoas esforçadas e de boa vontade, não suprem as necessidades exigidas de um administrador com, pelo menos, uma certa experiência que é necessária, tendo estado em algumas funções relativas a, no mínimo, liderança de pessoas e bens alheios.
Todavia, em nosso país, quando alguém adentra na politica partidária, imediatamente se acha capaz de exercer qualquer cargo, e aí, se coloca a defender teses sem qualquer profundidade de conhecimento, tornando-se o que no meio da comunicação dos anos setenta, ainda me lembro em Brasília, foi designado com o slogan; “Aspone e Dipone” (assessor e diretor de porra nenhuma) que eram aquelas pessoas contratadas por indicação política que se “achavam” e que, geralmente, com o passar do tempo, se firmavam nos relacionamentos políticos e até chegavam a postos de destaque e representatividade pública.
O Brasil está repleto de ex -“Dipones e Aspones” que se deram bem, hoje, ocupando cargos de relevância na vida pública, onde tudo lhes é cor de rosa em detrimento do bem comum.
Portanto, não adianta trocar o curativo, se a ferida não for assepsiada.
E no nosso caso em Itaparica é preciso que tenhamos pulso e determinação para limparmos cuidadosamente as feridas que de forma recorrente e históricas permanecem nos fazendo sentir dor.
Na realidade, acabei de fazer uma salada de frutas, pois, no estado em que nos encontramos, fica até difícil manter uma linha de argumentação, afinal, são tantas as distorções, erros e perspectivas frustradas que, faço um esforço tremendo para não me deixar levar pelo caminho do achismo puro e simples de qualquer questão ou, o que é pior, acreditar que sou a dona da verdade, tão comum hoje em dia.


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