Uma coisa,
nem sempre é igual à coisa que acreditamos que seja. E aí, fazemos avaliações
fora da realidade prática, seja lá do que for.
Quando,
afirmamos que um gestor não tem qualificação, isso não significa que o mesmo
seja incapaz, apenas que, ele, não está preparado para o cargo, o que não tira
dele méritos adquiridos em outras áreas.
O que
acontece conosco, seres humanos com tendência forte ao egocentrismo, é que
geralmente nos achamos capazes de tudo, e aí, na hora “H”, o nosso achismo se
perde frente às realidades bem mais exigentes e aí, novamente, arrogantes
também por natureza, passamos a encontrar paliativos aliados às costumeiras
desculpas, única e exclusivamente para não darmos os braços a torcer.
Quando
criticamos e cobramos uma gestão pública, normalmente não mensuramos a
complexidade que envolve este cargo de tamanha responsabilidade, até porquê, o
próprio gestor também não o fez, lançando-se na maioria das vezes às cegas,
numa espécie de aventura carreirista pessoal que, se o satisfaz em inúmeros
aspectos, por outro, se não representa um verdadeiro caos, pelo menos, retém um
desenvolvimento para o povo e consequente cidade.
E é isso que
vemos acontecer sistematicamente, afinal, pessoas esforçadas e de boa vontade,
não suprem as necessidades exigidas de um administrador com, pelo menos, uma
certa experiência que é necessária, tendo estado em algumas funções relativas a,
no mínimo, liderança de pessoas e bens alheios.
Todavia, em
nosso país, quando alguém adentra na politica partidária, imediatamente se acha
capaz de exercer qualquer cargo, e aí, se coloca a defender teses sem qualquer
profundidade de conhecimento, tornando-se o que no meio da comunicação dos anos
setenta, ainda me lembro em Brasília, foi designado com o slogan; “Aspone e Dipone”
(assessor e diretor de porra nenhuma) que eram aquelas pessoas contratadas por
indicação política que se “achavam” e que, geralmente, com o passar do tempo,
se firmavam nos relacionamentos políticos e até chegavam a postos de destaque e
representatividade pública.
O Brasil está
repleto de ex -“Dipones e Aspones” que se deram bem, hoje, ocupando cargos de
relevância na vida pública, onde tudo lhes é cor de rosa em detrimento do bem
comum.
Portanto,
não adianta trocar o curativo, se a ferida não for assepsiada.
E no nosso
caso em Itaparica é preciso que tenhamos pulso e determinação para limparmos
cuidadosamente as feridas que de forma recorrente e históricas permanecem nos
fazendo sentir dor.
Na realidade,
acabei de fazer uma salada de frutas, pois, no estado em que nos encontramos,
fica até difícil manter uma linha de argumentação, afinal, são tantas as
distorções, erros e perspectivas frustradas que, faço um esforço tremendo para
não me deixar levar pelo caminho do achismo puro e simples de qualquer questão
ou, o que é pior, acreditar que sou a dona da verdade, tão comum hoje em dia.
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