Afinal,
quase impossível fazer as pessoas ainda jovens compreenderem que os amores
jamais são perfeitos e que não cairão do céu como um milagre a qualquer
instante.
Como
explicar a diferença do entusiasmo de um sentimento amoroso?
Amor é
construção diária, somatório de momentos de doação e superação.
Querer estar
junto, aceitar diferenças, compreender falhas, estimular alegrias, são
fundamentais na concretagem deste sentimento que pode ser traiçoeiro,
enganador, levando a criatura a confundi-lo por todo o tempo com uma certa
emoção aparentemente igual e envolvente, mas que se esvai como fumaça frente à
ventos e tempestades.
Brisas são
os romantismos que cercam as aproximações.
Ventos são as
tormentas de diferentes gradações que surgem através do conhecimento da
convivência diária.
O amor exige
investimento, reparos leves e reformas às vezes gigantescas.
Amor precisa
de talento e criatividade para resistir os efeitos do tempo, desgastes naturais
do que aparenta ser igual.
E nada
permanece imutável, por que então esperar estatização do amor idealizado?
Por que não
investir num amor criado, esmeradamente cuidado, retocado, mas acima de tudo
adicionado à realidade, que de fato espelha as necessidades de ambos.
O amor exige
talento, mas acima de tudo vocação para fazer dele diariamente um ofício ou uma
oração.
E se puder
transformá-lo em ambos, aí sim, a felicidade aparece, clara, luminosa, abrindo
espaço para a liberdade de tão somente, amar.
Pois quem
ama, vibra, cuida e se completa.
Se bem que a
maioria não pense assim, mas se assim fosse, haveria ainda mundo?
Não será o
amor, esta razão irrefutável
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