Numa gestão
pública municipal, o todo se fraciona em secretarias e cada qual tem seus
próprios recursos e deveres, uma independentemente da outra, mas todas se
interligam num só objetivo que é o de promover o bem-estar da população.
Por outro
lado, existe o povo que elege um grupo de vereadores com duas específicas
atribuições, verificar o adequado andamento da gestão executiva no seu
fracionamento, verificando se suas atuações individualmente se completam no todo
de forma constante e eficaz, e a de promover projetos de lei em benefício do
município.
O que ocorre,
e que inspira tantos desencontros, é justamente a falta de cumprimento das
metas estabelecidas pelo executivo, não de promessas de campanha, mas referentes
às normas constitucionais, assim como a não atuação devida dos vereadores,
deixando o povo desprovido de proteção e levando o cidadão a fazer o papel que
é deles por obrigação de contrato constitucional.
E aí, o
executivo e o legislativo se unem silenciosamente, geralmente explícita reação contra
o povo em suas mais legítimas exigências, criando um mal-estar que gera tudo de
ruim, jamais qualquer real evolução.
Esse ciclo
vicioso vem mostrando de forma grotesca a incoerência existente nos papeis dos
sujeitos políticos/sociais e, nem assim, a lucidez se faz presente, onde direitos
e deveres são para ser cumpridos e não discutidos como se fossem individuais, questionar e adaptar a seu gosto
e disposição.
O povo pede
prestação de contas no seu cotidiano através de ações contínuas que o favoreça
e não de ações esporádicas que fantasiam uma inconstância de qualidade, fácil
de ser detectada em toda fração de cada gestão deste Brasil maltratado, cujos
filhos são segregados por todo o tempo à condição de plateia e, mais adiante,
de pedintes.
Vereador não
foi eleito para discutir com o cidadão se é certo ou errado ele cobrar e muito
menos para elogiar quem quer que seja. Sua obrigação é a de, tão somente, não
deixar faltar um só dia, sobre nenhuma alegação, o que é de direito deste
cidadão.
O bendito
senso de prioridade ao cidadão se perdeu e parece ao observador que está
difícil de ser resgatado, pois falta o entendimento do certo e do errado para
nortear a condução seja lá do que for.
E de
repente, quando nos damos conta, sentimo-nos ridículos, enquanto cidadãos, por
estarmos exercendo o papel que pagamos a outros para fazer por nós.
E aí, tudo
que escrevo não se trata de ser contra ou a favor deste ou daquele, tudo é
apenas uma questão de lógica que insistimos em desconsiderar.
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