sábado, 28 de julho de 2018

GOVERNO X POVO



Numa gestão pública municipal, o todo se fraciona em secretarias e cada qual tem seus próprios recursos e deveres, uma independentemente da outra, mas todas se interligam num só objetivo que é o de promover o bem-estar da população.
Por outro lado, existe o povo que elege um grupo de vereadores com duas específicas atribuições, verificar o adequado andamento da gestão executiva no seu fracionamento, verificando se suas atuações individualmente se completam no todo de forma constante e eficaz, e a de promover projetos de lei em benefício do município.
O que ocorre, e que inspira tantos desencontros, é justamente a falta de cumprimento das metas estabelecidas pelo executivo, não de promessas de campanha, mas referentes às normas constitucionais, assim como a não atuação devida dos vereadores, deixando o povo desprovido de proteção e levando o cidadão a fazer o papel que é deles por obrigação de contrato constitucional.
E aí, o executivo e o legislativo se unem silenciosamente, geralmente explícita reação contra o povo em suas mais legítimas exigências, criando um mal-estar que gera tudo de ruim, jamais qualquer real evolução.
Esse ciclo vicioso vem mostrando de forma grotesca a incoerência existente nos papeis dos sujeitos políticos/sociais e, nem assim, a lucidez se faz presente, onde direitos e deveres são para ser cumpridos e não discutidos como se fossem  individuais, questionar e adaptar a seu gosto e disposição.
O povo pede prestação de contas no seu cotidiano através de ações contínuas que o favoreça e não de ações esporádicas que fantasiam uma inconstância de qualidade, fácil de ser detectada em toda fração de cada gestão deste Brasil maltratado, cujos filhos são segregados por todo o tempo à condição de plateia e, mais adiante, de pedintes.
Vereador não foi eleito para discutir com o cidadão se é certo ou errado ele cobrar e muito menos para elogiar quem quer que seja. Sua obrigação é a de, tão somente, não deixar faltar um só dia, sobre nenhuma alegação, o que é de direito deste cidadão.
O bendito senso de prioridade ao cidadão se perdeu e parece ao observador que está difícil de ser resgatado, pois falta o entendimento do certo e do errado para nortear a condução seja lá do que for.
E de repente, quando nos damos conta, sentimo-nos ridículos, enquanto cidadãos, por estarmos exercendo o papel que pagamos a outros para fazer por nós.
E aí, tudo que escrevo não se trata de ser contra ou a favor deste ou daquele, tudo é apenas uma questão de lógica que insistimos em desconsiderar.

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