terça-feira, 17 de julho de 2018

INVERSÃO



Estamos vivenciando uma inversão tamanha de valores, e não é de hoje, afinal, particularmente comecei a me dar conta, lá bem atrás, na década de oitenta se não me falha a memória, e de lá para cá, a coisa se acelerou tanto, que pouco tempo tive para assimilar cada mudança no ser, no pensar e no agir das pessoas.
Como uma mula, estanquei em forma de resistência e fui dando passos lentos e prudentes, mas isto não impediu que eu sofresse as intempéries, levando-me em alguns momentos a pensar que curvaria os joelhos e cairia por terra, vencida pelos novos valores com os quais, não só me eram estranhos, como ao conhece-los, rejeitei a maioria.
Lá se vão mais de quarenta anos de corrida louca adaptativa com o apenas consolo de não me sentir solitária, já que comigo existe um batalhão de outras tantas que como eu, vai levando sem, no entanto, compreender a perda absurda do belo, do límpido e do verdadeiro.


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